03 jan, 2019 - 16:40 • Pedro Mesquita , com Lusa
Os hospitais nacionais vão receber nas próximas semanas os primeiros medicamentos derivados de plasma exclusivamente colhido em Portugal.
"Até aqui, todos os medicamentos derivados do plasma eram importados, incluindo a albumina. Agora, passámos a ter medicamentos derivados de plasma, a partir de plasma exclusivamente doado em Portugal", diz à Renascença o presidente do Instituto do Sangue e da Transplantação (IST), João Paulo Almeida e Sousa.
A primeira fase do Plano Estratégico Nacional de Fracionamento do Plasma permitiu colher 30 mil litros de plasma para a produção dos medicamentos derivados do plasma de maior consumo nacional - albumina humana, imunoglobulina humana e fator VIII. Este volume traduz-se, também, numa poupança financeira considerável: "Iremos poupar cerca de dois milhões de euros com estes 30 mil litros de plasma colhido e que foi enviado para fraccionamento."
Ainda assim, Portugal não é auto-suficiente, sendo "é previsível que nunca venha a ser porque não temos um volume de colheita suficiente. É uma questão de escala".
“De qualquer forma, é um contributo importante", enfatiza Almeida e Sousa.
O presidente do IPST adiantou que o instituto irá agora avançar para uma segunda fase do Plano Estratégico Nacional de Fracionamento do Plasma, que vai implicar um novo concurso a realizar durante este ano em que entrará, além do plasma do instituto, o plasma dos hospitais.
“No primeiro concurso foram para fracionamento 30 mil litros de plasma do IPST e no próximo concurso esperamos ter 50 mil litros do instituto e dos hospitais”, avança o presidente do IST.