04 jan, 2019 - 21:14
As estruturas representativas dos enfermeiros ficaram satisfeitas com a ronda negocial desta sexta-feira com representantes dos ministérios das Finanças e da Saúde, mas mantêm o pré-aviso de greve.
O Sindicato Democráticos dos Enfermeiros (Sindepor) e a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) foram as últimas a serem recebidas.
Lúcia Leite, da ASPE, explica que o Governo abriu portas a novas categorias na carreira dos enfermeiros, mas não basta palavras para levantar o pré-aviso de greve para dia 14.
“Está em apreciação por parte do Governo a possibilidade de nos apresentarem uma carreira com três categorias. Esta é uma abertura que esperamos que venha a acontecer. O pré-aviso de greve mantém-se. Decidimos apresentar um memorando de entendimento, que enviaremos hoje ao Governo para, através da assinatura desse memorando, podermos cancelar a próxima greve”, explica Lúcia Leite.
O Sindepor pretende que as garantias do Governo fiquem escritas em papel quanto às novas categorias na carreira de enfermeiro.
“Há sinais de abertura por parte do Governo para admitir essa possibilidade. Dia 11 vamos aprofundar e discutir essa possibilidade. Os sindicatos já anunciaram que não prescindem de uma carreira com três categorias. Sem isso não poderemos continuar as negociações”, refere Carlos Ramalho, do Sindespor.
A Renascença ouviu José Correia Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que se mostrou satisfeito com a reunião desta sexta-feira, e esperançado no encontro de dia 11.
“Foi um encontro normal e os objetivos foram atingidos. Estivemos a discutir coisas como as férias, as faltas, as licenças, as tolerâncias, os serviços mínimos em caso de greve e a avaliação de desempenho. Só nos falta, para dia 11, negociar a tabela salarial. O resto, em princípio, estará mais ou menos apalavrado”, sublinha José Correia Azevedo.
Contudo, é bom lembrar que para o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o Governo não evoluiu na valorização dos salários e não admite a aposentação dos enfermeiros mais cedo, e que há questões centrais que a não serem aceites obrigam à marcação de greves de 22 a 25 de janeiro.
O Ministério da Saúde refere, em comunicado, que as reuniões com o CNESE, FENSE, ASPE e Sindepor decorreram num “clima de entendimento negocial”.
“O Ministério da Saúde sublinha a sua disponibilidade para continuar a trabalhar em conjunto com os sindicatos na construção de uma carreira de enfermagem que reflita as preocupações da profissão, incluindo a possibilidade de estudo de uma estrutura de carreira com três categorias que integre o enfermeiro especialista”, refere o gabinete liderado por Marta Temido.