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Urgências são mais procuradas do que os Centros de Saúde. Porquê?

04 jan, 2019 - 20:00 • Pedro Mesquita

Os hospitais dispõem de meios de diagnóstico eficazes, os Centros de Saúde não. E nem o aviso da Direção-Geral da Saúde, de que ir a uma urgência envolve o risco de contrair uma qualquer infeção hospitalar, incentiva os utentes a irem primeiro à Unidade de Saúde Familiar. Nem sequer a existência de taxas moderadoras mais baixas.

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Porque é que as urgências hospitalares são mais procuradas do que os Centros de Saúde? A Renascença falou com a Associação de Administradores Hospitalares e com a coordenadora de uma Unidade de Saúde Familiar.

Os hospitais dispõem de meios de diagnóstico eficazes, os Centros de Saúde não. E nem o aviso da Direção-Geral da Saúde, de que ir a uma urgência envolve o risco de contrair uma qualquer infeção hospitalar, incentiva os utentes a irem primeiro à Unidade de Saúde Familiar. Nem sequer a existência de taxas moderadoras mais baixas.

Para responder a esta pergunta é necessário colocar, desde já, uma segunda questão: porque é que os casos menos graves não são de imediato reencaminhados da triagem hospitalar para os centros de saúde?

O presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, explica à Renascença que "há o direito à saúde que permite a cada doente escolher o local em que é assistido”.

“Foram criados incentivos para a descentralização dos cuidados, desde logo nas taxas moderadoras. O essencial é perceber que serviços os Centros de Saúde não oferecem e existem nos hospitais. É importante criar condições em alguns Centros de Saúde, principalmente em grandes centros urbanos, de maior capacidade resolutiva...nomeadamente exames de química seca ou de um raio x." Essa é uma decisão técnica e política, reconhece Alexandre Lourenço.

Já Ana Castanheira, coordenadora do Centro de Saúde de Serpa Pinto, no Porto, considera que existe "um certo deslumbramento, dos utentes, pelos exames e meios tecnológicos, que muitas vezes nem são necessários".

Hospitais recebem financiamento por episódio nas urgências, os Centros de Saúde não

Ana Castanheira refere que, em 2018, em especial durante o pico da gripe, o hospital de referência desta unidade de saúde "devolveu parte dos casos menos graves aos cuidados de saúde primários".

Porque é que não acontece mais vezes? Na resposta, Ana Castanheira anexa à sua explicação uma variável menos conhecida: os hospitais recebem financiamento por cada doente atendido na urgência.

"É sabido que os hospitais dependem muito dos seus serviços de urgência e existe um financiamento por cada doente observado. E isso não existe nos cuidados de saúde primários", sublinha a responsável.

Ana Castanheira admite que, por vezes, os hospitais podem não estar interessados em reenviar os casos menos graves para os Centros de Saúde.

Mas essa é uma tese contrariada, na Renascença, pelo presidente da Associação de Administradores Hospitalares.

"Os hospitais recebem um financiamento por episódio de urgência, contudo esses valores têm sido reduzidos até para criar incentivos à procura dos Centros de Saúde. Quanto mais acesso de doentes existir aos serviços de urgência, mais recursos serão necessários e com muito mais custos para as instituições hospitalares. Daí que será útil, financeiramente também, que exista um menor afluxo de doentes à urgência”, argumenta Alexandre Lourenço.

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  • fanã
    05 jan, 2019 aveiro 18:10
    O que é a SAÚDE ?...A O.M.S define a Saúde como " Un estado de completo bem-estar físico mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades ".. É notório , que as desigualdades económicas , mais que flagrantes na Sociedade Portuguesa , são a maior causa da precária "Saúde" da grande maioria dos Cidadãos . Nas artérias das nossas Cidades , há mais Gabinetes de Advogados que de Consultórios Médicos , é um facto !.. Au contrario de outros Países da U.E , em que as consultas em gabinetes médicos , são convencionadas por a Segurança Social , o que alivia de forma apreciável as outras Instituições de Saúde Publica ( Centros de Saúde e Hospitais Públicos ) ... Nestes períodos , os cenários nas diversas Urgências do SNS , são Dantescos , e em muitos casos uma pequena doença , pode complicar-se devido a infecções nosocomiais , com consequências graves e por vezes letais para pessoas com resistências diminuídas . A "Saúde" , custa dinheiro !..certo !. mas a falta de profilaxia e de acesso a ela , vem a custar muito mais . Muito mais custam os Lobby's ligados a alta finança, praticados por a nossa classe politica , todas cores confundidas . Um terço de endinheirados, um terço de remediados e um terço de "ao Deus dará" , eis a foto da nossa desequilibrada Sociedade . Corrupção , Peculato, Incompetência , são as chagas principais da Politica Social deste e de outros Países . Sinto-me impotente face a tal vergonhosa realidade e não devo ser o único, certo ????
  • Anónimo
    05 jan, 2019 16:34
    Talvez porque no centro de saúde a fila de espera é de meses... Para quando um governo que defenda o SNS...
  • Girante
    05 jan, 2019 Coimbra 10:08
    Os CS são de prevenção e consulta de rotina pois não tem especialidades e meios de diagnostico tirando o aparelho de tensões,auscultador e pouco mais .Têm a sua função mas não chega para as situações que exigem outros saberes e exames além de ser difícil obter uma consulta não programada.As urgências e emergências deveriam ter um esquema próprio de forma dar resposta cabal ás mesmas ou então estarem articulados com os produtores de exames publico e privados para terem mais possibilidades de fazerem outro tipo de trabalho,mas aqui os gastos em saúde seriam maiores e aqui está um dos óbices na saúde ,dinheiro.O caos nas urgências existem porque não estão criados mecanismos dinâmicos para os evitar.Nos supermercados quando as filas aumentam abre.se outra ou outra caixas de pagamento das compras na saúde quando a afluência aumenta mantem-se as mesmas estruturas.Logo o caos está instalado até nas rotinas.
  • FIlipe
    04 jan, 2019 évora 22:16
    Eu digo por experiência : Em crianças o atendimento nos Centros Saúde nas alegadas consultas abertas é do tempo Medieval , esperam e esperam para ser atendidas , não sofre triagem e se tiverem febre não lhes é dado nada para a baixar . Nas urgências de pediatria ou outras em Hospitais são melhor atendidas e tem preferência de atendimento em razão de idade . Nas consultas abertas nos centros de saúde para adultos , é manifestamente tempo perdido , pois não tem equipamento apropriado , as pessoas esperam duas vezes , nos centros e depois nas urgências hospitalares porque saiem quase todas com cartas para fazerem análises e radiografias . Os médicos dos centros de saúde deviam ser colocados em sala paralela nas urgências hospitalares para tratarem destes casos gripais e outros menos complexos mas sempre dependentes hoje de diagnósticos complementares . Assim poupavam no pessoal nos centros de saúde , luz e afins .

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