08 jan, 2019 - 18:37 • Henrique Cunha, com redação
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, critica o que consideram serem algumas propostas “demagógicas” sobre o voluntariado avançadas pelo Observatório Técnico Independente.
"Não é preciso criar observatórios na Assembleia da República, nem comissões técnicas independentes, nós sabemos as fragilidades e temos vindo a apresentar propostas no sentido de as eliminar”, afirmou Jaime Marta Soares, em declarações à Renascença.
Marta Soares pede ao Governo “incentivos ao voluntariado” para colmatar as falhas detetadas, nomeadamente a criação de um cartão social de bombeiro.
“Nós apresentamos propostas e não precisamos de fazer de nenhum observatório, nem de ganhar ajudas de custo”, sublinha o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Nestas declarações à Renascença, Jaime Marta Soares rejeita a ideia de que possa existir voluntarismo nos bombeiros voluntários.
“Hoje, não há voluntarismo nos corpos de bombeiros, há um sentido da responsabilidade de quem tem que gerir essas instituições, até porque se houver falhas são julgados criminalmente como no caso de Pedrógão Grande”, sublinha.
O presidente da Liga garante que “há competência, conhecimento e saber” e há uma grande renovação nos bombeiros em Portugal, dando o exemplo da escola nacional criada há vários anos.
“Temos consciência de que quem não sabe não salva, por isso, não se enquadra no voluntarismo. Não está tudo bem nos bombeiros, como não está tudo bem neste relatório. Para mim, as coisas estão muito melhor nos bombeiros do que este relatório possa contemplar.”
Jaime Marta Soares não rejeita participar num debate sobre a reorganização do sistema de Proteção Civil.
O Observatório Técnico Independente para os incêndios florestais recomenda ao Governo incentive o voluntariado, um modelo que está "a abrir brechas e apresenta enormes fragilidades", e que classifique a profissão de bombeiros como de risco.
Num relatório esta terça-feira divulgado pela Assembleia da República, o Observatório considera que "a base da organização do socorro em Portugal, assente no modelo atual de voluntariado, está a abrir brechas e apresenta enormes fragilidades", com muitos corpos de bombeiros em apuros para dar resposta às emergências.