11 jan, 2019 - 07:00 • Hugo Monteiro com Redação
O primeiro-ministro, a ministra da Saúde e o ministro do Planeamento e Infraestruturas apresentam esta sexta-feira, em Évora, o projeto de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo, no âmbito da reprogramação do Portugal 2020.
A construção do hospital conta com 40 milhões de euros de fundos europeus, sendo que o investimento total previsto é de cerca de 150 milhões de euros. “Depois há uma componente de equipamentos que ronda os 30 milhões de euros”, adianta a ministra da Saúde.
Em entrevista à Renascença, Marta Temido diz que as obras devem começar no próximo ano e estar concluídas em 2023. A reprogramação do Portugal 2020 disponibiliza 40 milhões para um início mais rápido das obras.
O Governo apontou, em Conselho de Ministros, que este hospital é prioritário. A ministra da Saúde reconhece que o atual hospital não tem capacidade de dar a resposta mais adequada aos utentes da região. “Há áreas em que é necessário que os doentes se desloquem a outras regiões, há áreas onde os profissionais que trabalham no hospital sentem falta de apoio, até em termos daquilo que pode ser a sua decisão de fixação ou não na região em projetos de desenvolvimento profissional”, admite Marta Temido.
O novo hospital terá novas tecnologias e novas valências, bem como mais qualidade e conforto. “Até no controlo de infeção, porque passarão a existir quartos individuais”, acrescenta a ministra.
Desde 2006 que este hospital é apontado como uma necessidade. O projeto foi elaborado pelo arquiteto Souto Moura e está pronto desde 2012, mas, até agora, não saiu do papel. Marta Temido garante que agora faz parte dos compromissos do Governo, inseridos no programa de estabilidade 2018-2022.
O atual hospital de Évora passará a designar-se Hospital Central do Alentejo.
O anúncio é acolhido com algumas reservas por parte de Dinis Silva, um dos dirigentes das Comissões do Litoral Alentejano, por recear um impacto negativo nos outros hospitais da zona.
"Esperamos é que a construção deste hospital não vá esvaziar as especialidades existentes nos hospitais em volta, que é o caso de Portalegre, o hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, e o próprio Hospital do Litoral Alentejano, por causa de não haver recursos suficientes para manter", refere.
Em declarações à Renascença, Dinis Silva dá como exemplo o Hospital do Litoral Alentejano que não tem maternidade. "Somos obrigados a recorrer ou a Setúbal ou a Beja", diz.
"Esperamos é que de facto não venha esvaziar, ao contrário, venha é aumentar o número de profissionais de saúde - médicos, enfermeiros e outros profissionais aqui no Hospital do Litoral Alentejano. Por exemplo, em termos de cardiologia, só temos um cardiologista para 100 mil utentes o que de facto é inadmissível este número", remata.