14 jan, 2019 - 18:02 • Redação, com Lusa
Um grupo de 150 sapadores bombeiros em protesto tentou, esta segunda-feira à tarde, invadir no Ministério do Trabalho, na Praça de Londres, em Lisboa.
Pelas 15h45, os sapadores tentaram forçar a entrada no edifício para entregar uma carta reivindicativa, mas foram travados pelas autoridades, sem que houvesse violência, registando-se somente um momento de tensão.
Depois, os bombeiros sentaram-se, ordeiramente, no chão em frente ao ministério, mas, entretanto, interromperam o trânsito junto à Praça de Londres. Enquanto ocupam a estrada, os manifestantes gritam "não nos tirem o pão". O trânsito foi desviado para a Avenida João XXI.
Os manifestantes acabaram por desmobilizar pelas 17h30, depois de uma delegação ter sido recebida por dois chefes de gabinete no Ministério do Trabalho e Segurança Social.
António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, e igualmente dirigente dos bombeiros, afirmou que "não houve um compromisso". "Se o Governo não arrepiar caminho, vamos manter os protestos já marcados", disse António Pascoal.
O representante afirmou ainda que "aparentemente há interpretações diferentes entre os ministérios sobre o novo estatuto dos bombeiros profissionais", acrescentando que os bombeiros pediram para participar numa reunião conjunta com os ministérios.
Foi anunciada uma manifestação nacional de bombeiros municipais, na quinta-feira, em frente ao edifício onde se realiza o Conselho de Ministros.
Os bombeiros contestam propostas como o aumento para os 60 anos do limite de idade para a reforma e a redução do salário-base destes profissionais.
Os sapadores apresentaram ainda um pré-aviso de greve de 15 dias, a começar às 20h00 de dia 21 de janeiro e a terminar em 5 de fevereiro.
Entre buzinas, apitos e sirenes, exibem faixas que dizem "Bombeiros com 60 anos! Quem salva quem?" ou "Sapadores bombeiros dizem não à destruição da carreira e da aposentação".
Os bombeiros aprovaram também uma carta que vão entregar ao Governo na qual exigem "um limite de idade adequada para a reforma sem cortes" e "um salário consoante o risco da profissão".
Apesar de ser uma manifestação dos sapadores de Lisboa, os profissionais tiveram o apoio de um grupo de bombeiros de Setúbal e um outro de Tavira (distrito de Faro).
Segundo António Pascoal, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, e igualmente dirigente dos bombeiros, o novo estatuto, nomeadamente o aumento da idade da reforma, pode prejudicar o socorro que é prestado às populações e também pode afastar candidatos à profissão devido aos salários baixos.
[notícia atualizada às 18h28]