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IGAI "muito atenta" ao caso do Bairro da Jamaica

22 jan, 2019 - 13:43 • Celso Paiva Sol com redação

Quatro detidos nos protestos de segunda-feira em Lisboa já foram ouvidos pelo Ministério Público.

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Ainda não é um inquérito mas a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) diz estar "muito atenta" ao caso do Bairro da Jamaica, no Seixal.

A Renascença sabe que a IGAI abriu um processo de acompanhamento e monitorização da investigação que a própria PSP está a fazer a esses incidentes.

Não se trata de um inquérito formal, porque se assim fosse iria de imediato sobrepor-se à investigação interna aberta pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e ganhar outros contornos disciplinares.

Para já, o organismo liderado pela juíza Margarida Blasco mantém-se apenas atento à forma como a PSP está a apurar eventuais responsabilidades dos seus agentes na intervenção de domingo.

A investigação que a PSP abriu aos incidentes está a ser conduzida pelo inspetor-geral da força policial, o superintendente Pedro Clemente.

O Ministério Público anunciou esta terça de manhã que já começou a investigar o caso. O inquérito fica a cargo da comarca do Seixal, sendo que neste momento se encontra em fase de recolha de provas.

Informações apuradas pela Renascença dão conta de que os quatro homens detidos ontem na baixa de Lisboa durante os protestos contra o racismo policial no rescaldo dos incidentes no bairro da Jamaica já foram ouvidos pelo Ministério Público. O julgamento ficou marcado para 7 de fevereiro.

Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) veio desmentir que tenha havido qualquer protesto diplomático da parte do Governo de Angola face aos acontecimentos no bairro do Seixal.

Questionado sobre se poderia confirmar uma notícia avançada pela Rádio Nacional de Angola (RNA), segundo a qual as autoridades de Luanda tinham enviado um protesto diplomático ao Governo português na sequência da intervenção policial de domingo, da qual resultaram vários feridos e a detenção de um cidadão angolano, Augusto Santos Silva respondeu que podia confirmar "o contrário".
"Confirmo o contrário, que não houve protesto formal apresentado pelas autoridades angolanas junto do Estado português, portanto através do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Posso confirmar que não houve, falando como estou a falar, às 13h17, hora de Bruxelas, 12h17 hora de Portugal", declarou o ministro em Bruxelas, à saída de uma reunião ministerial da UE com a União Africana.
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