01 fev, 2019 - 23:44
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O presidente do PSD, Rui Rio, considera que a greve cirúrgica dos enfermeiros é "altamente questionável", reiterando o apelo ao bom senso e à boa vontade quer do Governo, quer dos profissionais de saúde.
"Os enfermeiros têm todo o direito à greve, como qualquer trabalhador, mas há formas de fazer greve. Se for uma greve absolutamente normal, é a situação que decorre da democracia. A greve, da forma que está a ser feita, é altamente questionável", disse Rui Rio aos jornalistas à entrada para o jantar de comemoração do Novo Ano Chinês, evento que decorre na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.
Antes, o líder dos sociais-democratas frisou que "os doentes são aqueles que não têm responsabilidade nenhuma e, neste momento, são quem sofre as consequências", deixando um apelo ao Governo e aos enfermeiros.
"Acho que todos nós temos o dever de pedir ao Governo e aos enfermeiros que tenham bom senso e boa vontade e que conversem. O Governo tem de perceber que os enfermeiros têm razão, porque não é sustentável continuar assim, e os enfermeiros têm de perceber que não podem ter tudo o que querem. Tem de existir um esforço de parte a parte para se encontrarem ao meio", defendeu.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou, esta sexta-feira, que a greve cirúrgica dos enfermeiros é "selvagem" e "absolutamente ilegal".
À margem de uma visita a Mogadouro, distrito de Bragança, Costa deixou ainda a garantia de que o Governo "vai recorrer a todos os meios legais que estiverem ao seu alcance para impedir que haja a prática do recurso ilegal à greve".
Rui Rio não quis comentar as palavras de António Costa, mas mostrou ter dúvidas sobre os moldes da greve.
"[O que está em causa é] se esta forma de fazer greve se enquadra na própria lei da greve. Alguns juristas dizem que não. Eu não sei. Mas se se enquadra nos termos da lei da greve, pronto, enquadra-se. Eu é que não simpatizo com uma greve feita nestes termos", declarou Rui Rio.
O líder do PSD tornou a referir os doentes: "Uma greve desta forma pode não ser a melhor forma de fazer greve. Estão a prejudicar muito os doentes", concluiu.
O Governo está a ponderar recorrer à requisição civil para travar esta "greve cirúrgica". Quinta-feira, no primeiro dia de uma paralisação que se prolongará até 28 de fevereiro, pelo menos 261 cirurgias marcadas para o período da manhã em cinco hospitais da região Norte foram adiadas, garantiu a ASPE.