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Marcelo responde às críticas da PSP. Bairro da Jamaica "é tão português" como os outros

05 fev, 2019 - 18:15 • Agência Lusa

Presidente da República diz que decidiu fazer visita surpresa àquele bairro do Seixal para combater "clima de guerra racial".

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O Presidente da República afirmou esta terça-feira que a sua visita ao bairro da Jamaica teve como objetivo combater um "clima de guerra racial" em Portugal, e frisou que se trata de "um bairro tão português" como os outros.

Em declarações aos jornalistas, na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que na visita que fez "de surpresa" na segunda-feira àquele bairro no Seixal, distrito de Setúbal, verificou "as condições sociais e o projeto de realojamento" e fez questão de contactar "com todos, sem exceção".

"Porque eu sou Presidente de todos os portugueses", salientou, acrescentando: "Normalmente, quando pela rua contacto com os portugueses, não peço o cadastro criminal, nem o cadastro fiscal, nem o cadastro moral para falar com eles ou tirar 'selfies'. Não, é com todos."

O chefe de Estado respondeu assim a quem, como o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, o criticou pela visita que fez, sem anúncio prévio e sem comunicação social, ao bairro de Vale de Chícharos, também conhecido como bairro Jamaica, 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia naquele local - que levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público e de outro pela direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Segundo o Presidente da República, "os portugueses percebem facilmente" que naquele bairro "não houve uma guerra de um bairro negro contra uma polícia branca, ou de uma polícia branca contra um bairro negro, não houve nada disso".

"Houve e há uma comunidade portuguesa, um bairro português, que é um bairro que tem problemas críticos, habitacionais, como muitos outros, embora com um plano de realojamento. E há e houve forças de segurança, uma polícia portuguesa, que exerce a sua função ao serviço do Estado de direito democrático, como eu disse desde a primeira hora", contrapôs.

Interrogados se não deveria ter visitado o bairro Jamaica depois de conhecidos os resultados das investigações em curso, respondeu: "Não, porque precisamente eu tinha, desde o primeiro momento, separado os factos em investigação do Ministério Público da realidade global. Eu disse 'não se pode generalizar', que é o que muita gente começou a fazer na sociedade portuguesa, criando um clima de uma guerra racial".

"Foi precisamente contra esse clima de guerra racial que eu fui, para dizer: não, é um bairro tão português como todos os bairros portugueses, e há muitos que têm os problemas sociais e habitacionais como aquele. Em segundo lugar: não se pode confundir pontos que estão em investigação com uma comunidade portuguesa integrada e com forças de segurança que servem o Estado de direito democrático, todos os dias", reforçou.

Comentários
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  • Cidadao
    30 mar, 2019 Lisboa 14:41
    Caro Adisan, em poucas palavras, disse tudo o que havia para dizer. Precisamos de mais comentários como este.
  • ADISAN
    06 fev, 2019 Mealhadsa 15:24
    A pergunta que aqui se deve colocar, não é se são portugueses ou não (muito menos a cor da pele), mas sim se os moradores do dito bairro se comportam ou não de acordo com as leis deste país - que devem ser iguais para todos, independentemente da hierarquia a que pertencem. À Polícia compete zelar pela ordem e harmonia para que todos possam viver e conviver em paz. Fazer desacatos a coberto do racismo não é certamente a melhor forma de combater o racismo... é conveniente lembrar.
  • Anónimo
    05 fev, 2019 19:37
    Ó Gaitan, diz-me lá quando é que o PCP formou governo... Calado eras um poeta.
  • raul Silva
    05 fev, 2019 Agualva Cacem 19:07
    Pois é, para o Presidente da República o bairro da Jamaica é "um bairro tão português" como os outros. Todavia, até hoje, nunca visitou o bairro da Torre onde um incêndio deixou várias famílias desalojadas. Talvez porque, para o Presidente da República, fica lá para as bandas da Austrália, logo não é português.
  • gaitan mendes
    05 fev, 2019 portugal 18:32
    que têm a dizer dos autarcas do PCP e apendices que nestes anos têm reinado naquele zona e nada fizeram para resolver aquela miséria de casas ou arrasava e fazia de novo casas condignas ou logo que o construtor faliu acabavam as obras ,,pior ideia

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