06 fev, 2019 - 11:36
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O ministro do Planeamento não acredita que o estudo de impacto ambiental chumbe o Aeroporto no Montijo.
Pedro Marques garantiu aos deputados que a Base Aérea é a única solução e que o país não pode estar mais tempo à espera de um novo aeroporto.
Quanto ao estudo de impacto ambiental, o Governo reafirma que é determinante.
“Obviamente que as obras só avançarão com as competentes autorizações ambientais, ponto sobre essa matéria. Temos a humildade, obviamente, de aceitar a hipótese que a agência Portuguesa do Ambiente tem toda a margem legal para se pronunciar.”
“Com certeza que o Estudo de Impacto Ambiental e as medidas de monitorização e mitigadoras que vierem a ser definidas incorporarão as questões de ruído e os impactos na avifauna. São os dois descritores mais críticos do estudo e certamente que serão adotadas as medidas que se vierem a resultar da declaração de impacto ambiental que se espera obter para aquele investimento”, diz Pedro Marques.
O ministro não acredita que haja chumbo, mas se houver reconhece que o país terá um problema. “Caso venha, eventualmente, a chumbar esta solução – o que não acredito, porque o aeroporto vai ser desenvolvido num sítio onde já está um aeroporto – qual era o problema? Era um grande problema para a Área Metropolitana de Lisboa e para o país.”
Pedro Marques reafirmou ainda que o acordo com a ANA foi assinado antes do estudo de impacte ambiental, porque só dessa forma podem avançar as obras no aeroporto Humberto Delgado.
Montijo chega e sobra
Questionado sobre a alternativa de que se chegou a falar, de se construir o novo aeroporto no Campo de Tiro em Coruche, Pedro Marques disse que é uma solução inviável. “Não é só um problema de uma década de atraso, é o problema de não saber sequer como se pagaria esse aeroporto construído de raiz no Campo de Tiro. Um aeroporto complementar construído a mais de uma hora de transportes públicos da cidade era o mesmo que construir um aeroporto fantasma.”
Já a solução do Montijo, que na perspetiva do Governo será acompanhada da construção de uma cidade aeroportuária na Península de Setúbal, nos terrenos expectantes da antiga siderurgia e Quimigal, chega e sobra para as necessidades da Área Metropolitana de Lisboa.
“Esta solução combinada permite satisfazer toda a procura que temos identificada para o Aeroporto Humberto Delgado e para o aeroporto complementar do Montijo, com capacidade sobrante significativa, nomeadamente no aeroporto complementar do Montijo. Porquê? Porque essa capacidade combinada, em termos de procura, estimamos que vá até aos 10 milhões de passageiros no aeroporto complementar, sendo que ele, com os 24 movimentos por hora pode fazer 15 milhões de passageiros”, concluiu o ministro do Planeamento.