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Rede CUF suspende acordo com a ADSE

12 fev, 2019 - 06:55 • Redação

Medida tem efeitos a partir de 12 de abril. Marcações vão estar sujeitas a um nova tabela de preços.

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O Grupo José de Mello Saúde formalizou a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

A informação é avançada pelo jornal “Expresso” que teve acesso ao comunicado interno assinado, na segunda-feira, pelo presidente do grupo, Salvador de Mello.

“Todos os atos que venham a ser marcados, a partir de hoje, para data posterior [a 12 de abril], deixarão de poder ser realizados ao abrigo do regime convencionado”, especifica a nota interna.

Já “as marcações, novas ou já existentes, para atos a realizar até esta data, mantêm-se ao abrigo do regime convencionado”, acrescenta o mesmo texto, revelando que estão também asseguradas “as marcações existentes à data de hoje, nomeadamente para todos os tratamentos prolongados bem como para partos, mesmo que agendados para data posterior a 12 de abril”.

Os utentes que queiram fazer marcações para depois desta data, “a CUF disponibilizará uma tabela de preços específica e ajustada, ficando estes atos sujeitos ao pedido de reembolso à ADSE ao abrigo do regime livre”.

O comunicado explica que “há uma conjugação de fatores que, individualmente, mas sobretudo de forma cumulativa, tornam insustentável a manutenção da convenção sob pena de colocar em causa os padrões de qualidade e segurança” defendidos. Salvador de Mello fala numa “clara insustentabilidade da relação existente com a ADSE”.



Quais os fatores em causa:

  • A ADSE introduziu em 2014 a regra das regularizações retroativas com base no preço mínimo praticado por um qualquer prestador. Em dezembro de 2018, a ADSE surpreendeu os operadores desencadeando os procedimentos para as regularizações relativas aos anos de 2015 e 2016.
  • Prazos de pagamento. Desde 2018, as unidades da rede CUF são obrigadas a faturar todos os atos à ADSE em sete dias, sendo o prazo de pagamento de 120 dias. Contudo, o prazo médio de pagamento às unidades CUF situa-se atualmente em 283 dias.
  • A fixação de preços dos medicamentos e dispositivos médicos. Segundo Salvador Mello, “as tabelas de preços da ADSE estão totalmente desajustadas do real custo dos atos médicos, mantendo-se, em alguns casos, inalteradas há mais de 20 anos”.


Os membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE reúnem-se esta terça-feira, encontro no qual será abordada a questão da eventual suspensão das convenções entre grupos privados e o sistema de saúde dos funcionários públicos.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.


Comentários
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  • Simples
    15 fev, 2019 ADSE 11:26
    Íamos mesmo passar dos 3,99€ a consulta, para 35 a 98€ à cabeça, e receber a comparticipação da ADSE de 20,45€, 2 meses depois... Saíram da ADES? Então acabaram em termos de ADSE. É tão simples como isso
  • Beneficiário ADSE
    13 fev, 2019 ADSE 08:29
    Metam a tabela de preços específica e ajustada, sabem onde. Denunciaram o acordo, então estão acabados em termos de ADSE. Já desmarquei consultas e para mim é Ponto final.
  • J M
    12 fev, 2019 Seixal 10:24
    O busílis da questão é precisamente a ADSE ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016”. A isto só me ocorre uma palavra; chantagem. Quando os beneficiários da ADSE e do IASFA deixarem de utilizar os serviços médicos do grupo José de Melo, e este ter de despedir médicos e enfermeiros, talvez tenham de repensar os “padrões de qualidade e segurança”.
  • Cidadao
    12 fev, 2019 Lisboa 08:55
    A mim, parece um belo dum tiro no pé. É sabido que os privados vivem da ADSE e outros subsistemas - o resto da população a salário mínimo e sem seguro de saúde não pode facilmente recorrer aos privados e dar 80€ só por uma simples consulta médica. Não sei que contas eles fizeram mas a menos que a ideia do governo seja arrumar com a ADSE, se estes saírem, o que não falta é alternativas desde o Hospital da Cruz Vermelha à Misericórdias assim a Temido tire os ovos debaixo dos braços e se mexa nas negociações. E o grupo Mello e os outros que sairem ficarão a ver navios, pois mesmo com reembolsos, pagar a totalidade à cabeça, é coisa que não está ao alcance da maioria.
  • FP
    12 fev, 2019 Estado 08:40
    É o primeiro a que se deve por uma cruz. A partir dessa data, nenhum beneficiário da ADSE lá deve por os pés. Dirigentes da ADSE, alternativas, já!
  • eurico v.
    12 fev, 2019 viseu 08:02
    Ora ora a greve dos enfermeiros veio mesmo a calhar. Quem a paga?

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