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Misericórdias criticam ADSE por incumprimento com o setor social

13 fev, 2019 - 06:56 • Redação

O presidente da União das Misericórdias, Manuel Lemos, acusa a ADSE de incumprimento. Ainda assim, diz estar disponível para acolher beneficiários da ADSE, caso a rutura com os grupos privados de saúde seja definitiva.

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A União das Misericórdias diz estar disponível para acolher beneficiários da ADSE, caso a rutura com os grupos privados de saúde seja definitiva. Porém, alerta que não tem capacidade para receber todos os doentes.

"As Misericórdias estão disponíveis para acolher os portugueses, nós existimos por causa disso. Agora, não pensem que as Misericórdias resolvem os problemas todos das pessoas que lá vão. Não é possível. Estamos a falar de mais de um milhão de pessoas”, diz Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias, à Renascença.

Manuel Lemos acusa a ADSE de também não cumprir acordos com o setor social. Tratam-se de situações pontuais que, diz, retiram capacidade para absorver a totalidade de utentes que o fim das convenções pode afetar.

“É importante que a ADSE também olhe um bocadinho para dentro e perceba que, por exemplo, se cumprisse os acordos que celebrou com o setor social também haveria mais unidades a funcionar”, afirma.

O presidente da União das Misericórdias alerta ainda que o Sistema Nacional de Saúde não tem capacidade para resolver a situação e apela, por isso, ao entendimento entre as três partes: Governo, ADSE e privados. "O que faz sentido é que conversem umas com as outras e resolvam o problema das pessoas. Isto tem que se resolver”.

"Em alguns casos os privados preparam-se muito para esta situação e não é fácil substituí-los, sobretudo de um momento para o outro. Acho que demoraria anos para substituir a capacidade instalada que eles têm no terreno. É preciso termos a consciência de que não vai ser fácil e vai criar grandes problemas aos cidadãos”, constata Manuel Lemos.

Na segunda-feira, a José de Mello Saúde formalizou a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

Terça-feira foi a vez do grupo Luz Saúde comunicar aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde da função pública a partir de 15 de abril.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.

Os membros do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE reuniram-se na terça-feira e aprovaram, por unanimidade, uma resolução onde apela para um “urgente diálogo” entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.

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  • Cidadao
    13 fev, 2019 Lisboa 19:14
    Ninguém do Universo dos beneficiários da ADSE vai sair prejudicado. 1.º Já há outros prestadores a chegarem-se à frente, mais que prontos para substituir o Grupo Mello (hospitais da Cuf) e a Luz saúde: os Hospitais da Cruz Vermelha já se disponibilizaram a reforçar a oferta aos beneficiários da ADSE, assim como os Hospitais das Misericórdias. 2º Os CUF e Luz já viram que deram um tiro no pé, com a sua chantagem - porque isto é só chantagem - e até já oferecem "tabelas e preços módicos" para beneficiários da ADSE que queiram lá continuar a ir - só se forem doidos é que lá vão depois disto 3º Mesmo que não houvesse prestadores prontos para substituir os CUF e Luz, e mesmo não recorrendo ao SNS, contas feitas, o desconto de 3,5% para a ADSE paga um Seguro de Saúde que cobre a maior parte das garantias da ADSE 4º Uma alteração da Legislação e o Hospital Militar - um dos melhores do País - pode receber também civis e fazer de CUF/Luz . 5º Se todos os anteriores falharem, há sempre o SNS. Por tudo isso, duvido muito que haja mesmo afastamento dos Mello e companhia. A chantagem deles só teria sucesso se todos os prestadores batessem com a porta e já se viu que isso não vai acontecer, aliás como disse, já há alguns a por-se em bicos de pés para os substituir. Quando virem os lucros a descer ... voltam.
  • J M
    13 fev, 2019 Seixal 15:52
    Os lesados, que são os beneficiários, devem de exigir a partir da mesma data, 15 de abril, a devolução imediata dos 38 milhões de euros pagos por excesso de faturação em 2015 e 2016.
  • Beneficiário
    13 fev, 2019 ADSE 10:41
    Se for para ser recambiado para um SNS a rebentar pelas costuras e que sem grande investimento, nunca conseguirá absorver um milhão de novos utentes, então ou arranjam novos prestadores de nivel pelo menos igual aos que saíram, ou mais vale fechar de vez a ADSE. Sempre é menos um desconto de 3,5 % de ordenado todos os meses - desde que o Costa sorridente não crie um novo imposto para continuar a chuchar esses 3,5% ....
  • Pedro Araujo
    13 fev, 2019 10:21
    O PS e os partidos da esquerda sempre quiseram acabar com a ADSE,

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