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ADSE. Associação de Hospitalização Privada diz que ainda "há espaço" para voltar atrás

14 fev, 2019 - 19:54

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016.

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A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerou quinta-feira que "ainda há espaço" para três grandes grupos de saúde privada voltarem atrás relativamente ao fim das convenções com a ADSE, abrindo a porta ao diálogo com o Estado.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, depois de reuniões com as bancadas parlamentares de PSD e CDS-PP, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, afirmou que "com certeza que há espaço" para os hospitais privados recuarem na decisão de cessar a prestação de serviços ao abrigo da ADSE.

"A Associação Portuguesa dos Hospitais Privados sempre esteve aberta para o diálogo, e aquilo que nos espanta é que, de facto, tenha havido apenas silêncio do lado da ADSE pelo menos desde outubro", referiu.

Óscar Gaspar salientou que, "se a ADSE quiser negociar, embora de forma firme, como disse o senhor primeiro-ministro, e de forma muito correta, obviamente que há condições" de chegar a "uma convenção que seja equitativa e transparente" na ótica dos hospitais privados.

O primeiro-ministro, António Costa, garantiu hoje que a ADSE não vai acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.

Os grupos José de Mello Saúde (rede CUF), Luz Saúde e Lusíadas Saúde comunicaram esta semana que vão romper as convenções com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, com efeito a partir de abril.

Aos jornalistas, o presidente da APHP assinalou que na reunião de Assembleia-Geral da associação, "não foram dois, nem três, nem quatro, nem cinco os hospitais privados que disseram que com esta atual convenção não há condições de prosseguir", o que demonstra que este "não é um problema de dois ou três grupos, é um problema mais alargado".

Apontando que não responde "por aqueles três grupos", Óscar Gaspar referiu que "aquilo que fizeram foi comunicar em devido tempo à ADSE o que é que ia acontecer", recusando que estejam a fazer chantagem.

"Não há nenhum tipo de chantagem. A questão é muito clara e nem sequer é do conhecimento da ADSE há uma semana ou há um mês ou há dois meses", salientou o dirigente.

Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE aprovou na terça-feira, por unanimidade, uma resolução em que apela para um "urgente diálogo" entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público.

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  • Rui
    15 fev, 2019 Lisboa 10:13
    O estado é uma vaca com muitas tetas e toda a gente quer mamar.
  • Cidadao
    15 fev, 2019 Lisboa 08:41
    A partir de certa altura, foi mais que evidente que a ameaça de saída da ADSE de 4 grupos privados, por coincidência, os grupos a quem a ADSE estava a exigir a devolução dos tais 38 Milhões, não passava de um bluff, só para causar alarme e por pressão nas negociações a ver se não tinham que pagar nada. Quando viram que nem o Estado nem a ADSE cedeu, e outros prestadores se posicionavam para ocupar o lugar deles, começaram logo a recuar. A tentar não dar muita bandeira, mas já a recuar. Pudera: só a ADSE, representa quase 25% do seu negócio. Não se aliena 25 % do negócio duma só vez e continuamos como se nada fosse.
  • Luis Ribeiro
    14 fev, 2019 Faro 20:18
    Os funcionários públicos que "limpem bem os ouvidos" ao que se tem dito. Muitos, na profunda ignorância acusam esses funcionários de terem um regime de beneficio quando são eles que, neste momento, sustentam na totalidade a ADSE. O argumento de Passos Coelho e da PAF em concluio com a Troika foi retirar a comparticipação publica da ADSE porque esta devia ser sustentada na totalidade pelos funcionarios por serem eles os unicos beneficiarios. Ora, como é mais dificil apanhar um coxo que um mentiroso, esta semana ouvimos da boca de responsaveis do Governo que afinal.... a ADSE poupa dinheiro ao estado e a todos os contribuintes porque poupa dinheiro ao SNS! Ou seja o tal "beneficio" dos FP afinal serve para poupar dinheiro aos que os criticam inclusive. Está na hora de fazer as contas e ver quanto o Estado ganha, deixando de gastar, com a ADSE e com os funcionarios que a sustentam. E esse valor deve ser EXIGIDO ao Estado como comparticipação. Senão, o que o Estado faz e os que criticam os FP por terem ADSE tem um nome e bem feio. Mas se for necessário, está na hora de ser usado! E muito mais que o dinheiro, é necessário acabar com a mentira usada por muitos para enxovalhar os FP! Está na hora de dar o troco a essa gente!

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