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​Função Pública. Greve encerrou escolas, finanças, tribunais e autarquias

15 fev, 2019 - 23:19

As estruturas sindicais que convocaram a paralisação consideraram que a participação no protesto excedeu as expetativas porque os trabalhadores estão indignados por continuarem sem aumentos salariais e avisaram o Governo de que estão disponíveis para continuar a luta.

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Os funcionários públicos alertaram esta sexta-feira o Governo para o seu descontentamento, com a concretização de uma greve nacional que encerrou centenas de escolas, repartições de finanças, tribunais e autarquias e encerrou consultas hospitalares, conseguindo uma adesão média superior a 80%.

As estruturas sindicais que convocaram a paralisação consideraram que a participação no protesto excedeu as expetativas porque os trabalhadores estão indignados por continuarem sem aumentos salariais e avisaram o Governo de que estão disponíveis para continuar a luta.

Segundo a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), a Educação foi o setor mais atingido pela greve, com 90% das escolas afetadas, devido à adesão de assistentes operacionais e de docentes.

Na saúde, registou-se uma adesão superior a 80% nos 35 hospitais EPE, chegando aos 100% noutros hospitais e serviços.

De acordo com a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, a greve levou ao encerramento de escolas, museus, serviços do cartão de cidadão e registo criminal, repartições de finanças e tribunais.

Na administração local, à exceção das câmaras de Almada e do Funchal, a adesão à paralisação foi de 100%, segundo a Frente Comum.

Os serviços de recolha noturna de lixo estiveram encerrados nos concelhos de Almada, Alcochete, Amadora, Évora, Loures, Odivelas, Moita, Palmela, Seixal e Setúbal.

No resto do país, a adesão à greve nestes serviços variou entre os 50% e os 70%.

Na base deste protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.

A FESAP e FNE emitiram um pré-aviso de greve também para quinta-feira para dar cobertura legal a quem quisesse participar numa concentração de dirigentes e ativistas sindicais que decorreu em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa.

A última greve nacional da administração pública ocorreu em 26 de outubro e foi convocada pela Frente Comum, pela FESAP e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009.

A Frente Comum reivindica aumentos de 4% e um aumento mínimo de 60 euros para quem ganhe até 1.500 euros.

A FESAP reivindica 3,5% de aumento.

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