22 fev, 2019 - 19:49
A concelhia do PSD de Lisboa criticou esta sexta-feira a aquisição de 37 autocarros a diesel por parte empresa municipal Carris, argumentando que o discurso socialista "não bate com as ações".
De acordo com o Plano de Atividades da Carris para 2019, além dos autocarros elétricos e a gás natural, foram assinados contratos para aquisição de 37 autocarros médios a diesel, que deverão ser recebidos ao longo do ano.
No final do mês de janeiro, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, afirmou que “é muito evidente que quem comprar um carro [de motor] diesel, muito provavelmente, daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.
Nessa altura a polémica entre o governante e os vendedores de carros foi grande.
Agora, em declarações à agência Lusa, o presidente da concelhia, Paulo Ribeiro, afirmou que "há um discurso político, e bem, a favor do ambiente e da qualidade de vida na cidade de Lisboa, e depois a câmara, ao arrepio deste discurso, propõe adquirir, através da Carris, 37 novos autocarros a diesel, cujo período de vida útil dos veículos não é um nem dois anos".
"Se não houvesse oferta de autocarros a gás no mercado, nós ainda poderíamos entender. Agora, havendo essa oferta, não se entende", reforçou o social-democrata.
Paulo Ribeiro acrescentou que estes equipamentos têm "um período de vida útil longa", pelo que "não é uma coisa passageira".
O presidente da concelhia social-democrata reiterou que esta aquisição "não é consentânea com uma estratégia de longo prazo que tem vindo a ser propagandeada e anunciada, quer pelo Governo, quer pela câmara".
Num comunicado enviado às redações, o presidente da concelhia de Lisboa do PSD considera também que, na cerimónia de apresentação dos primeiros 15 autocarros adquiridos pela Carris, em dezembro, "foi realçada a característica de estes novos autocarros serem movidos a gás natural", mas "o presidente da câmara e o ministro do Ambiente [João Matos Fernandes] esconderam que a Carris irá adquirir, durante o ano de 2019, 37 autocarros a diesel".
Nessa altura, o município afirmou que a empresa iria contar, ao longo deste ano, com mais 250 autocarros, praticamente todos a gás natural ou elétricos, à exceção dos minibus, que continuariam a ser movidos a diesel.