24 fev, 2019 - 14:54 • Lusa
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, explicou, este domingo, que a autarquia se limitou a ceder espaços para acolher donativos para as vítimas dos incêndios de 2017, rejeitando suspeitas de favorecimento.
Em conferência de imprensa, convocada para refutar as acusações de favorecimento e açambarcamento de ofertas relatadas pela TVI, Valdemar Alves reafirmou a transparência do processo por parte da autarquia.
"Os eletrodomésticos que estão num armazém da autarquia são da Cruz Vermelha/Revita, responsável pela gestão do apetrechamento das habitações" ardidas no incêndio de junho de 2017, que causaram 66 mortos e destruíram centenas de habitações, explicou Valdemar Alves.
O presidente da Câmara disse que o município cedeu o antigo pavilhão gimnodesportivo da vila para a Cruz Vermelha depositar eletrodomésticos, desde frigoríficos a máquinas de lavar roupa e micro-ondas, que serão depois utilizados no apetrechamento das casas reconstruídas nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Viseu.
As instalações servem também a SIC/Esperança e os bombeiros voluntários de Pedrógão Grande.
Valdemar Alves acrescentou que os materiais de construção doados ao município têm sido distribuídos a "quem deles tem necessitado para a reconstrução das suas habitações".
Relativamente a outros bens, como móveis usados, roupa e colchões, o autarca referiu que "estão à disposição de todos os que têm precisado, sejam do concelho ou não".
"Ajudámos e ajudamos pessoas vítimas de outros concelhos afetados pelos fogos de 2017, basta que as pessoas se dirijam à Loja Social que está aberta todos os dias da semana", disse.
Segundo o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, existem, no momento, 23 casas a serem apetrechadas em Pedrógão Grande, oito em Castanheira de Pera e uma em Figueiró dos Vinhos.
O autarca disse ainda que está concluída a recuperação de 142 primeiras habitações e que estão em reconstrução mais 25 casas, das quais três estão suspensas por decisão do conselho de gestão Revita.
Valdemar Alves confirmou ainda que a conta solidária do município apresenta um saldo 358.642,76 euros, "que está publicado no website do município, e que os únicos débitos registados se referem à compra de animais para as pessoas afetadas que os "tenham solicitado".
"Não se deu ainda destino a esse dinheiro porque inicialmente ainda não se sabia se iria haver necessidade de se completar alguma falha no apoio à reconstrução das habitações", salientou o presidente da Câmara, que gostaria de ver o dinheiro aplicado na limpeza das ruínas de edifícios que não foram nem serão reconstruídos.
Aos jornalistas, o líder do executivo municipal de Pedrógão Grande disse que, "genericamente, todas as pessoas já foram compensadas pelo Estado" pelos prejuízos que sofreram.
A conferência de imprensa terminou com uma visita ao armazém ocupado pela Cruz Vermelha, onde de facto se pode ver frigoríficos e outros eletrodomésticos com uma folha A4 com o nome da instituição, e à Loja Social do município.