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"Sindicatos dos professores usam o mesmo crachá desde o primeiro dia. Governo foi o único que deu um passo"

25 fev, 2019 - 20:56

Ministro da Educação mantém proposta de recuperar quase três anos a professores e diz cumprir lei. Nova reunião marcada para 4 de março.

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O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou esta segunda-feira que a proposta apresentada aos sindicatos cumpre a lei, sublinhando que o programa do Governo não previa a recuperação do tempo de serviço congelado aos professores.

Na nova reunião negocial entre sindicatos e representantes dos ministérios da Educação e das Finanças as propostas mantiveram-se inalteradas dos dois lados: Os professores exigem a recuperação de cerca de nove anos e o Governo diz só poder devolver cerca de três anos.

No final do encontro, ambos acusaram o outro lado de "intransigência", com os professores a questionarem se valerá a pena regressar às negociações e o ministro da Educação a reafirmar que se o Governo fosse mais longe poria em causa a sustentabilidade orçamental.

Hoje foi "o primeiro episódio" de um enredo que ainda poderá ter mais dois momentos até que o Governo avance com o decreto-lei sobre a recuperação do tempo de serviço congelado aos professores, disse Tiago Brandão Rodrigues aos jornalistas.

"Neste momento temos o primeiro episódio", afirmou à saída do encontro com os sindicatos, explicando que na próxima semana - a 4 de março - deverá realizar-se uma nova reunião negocial e depois, caso os sindicatos o peçam, será agendada uma suplementar.

"A 4 de março aqui estaremos para ouvir os sindicatos", afirmou Tiago Brandão Rodrigues, sublinhando que estão a seguir a lei: "Estamos a dar cumprimento à Lei do Orçamento do Estado (...) O que o parlamento disse é que tínhamos de negociar e estamos a fazê-lo", afirmou.

Para os sindicatos, este é um assunto que só deverá ficar resolvido no parlamento, reafirmou hoje o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, referindo-se a uma eventual apreciação parlamentar caso o Governo avance com a medida de recuperar os dois anos e nove meses.

"Não estava inscrito no programa do Governo dar uma resposta para poder mitigar o que aconteceu às carreiras entre 2011 e 2017", sublinhou ainda o ministro, acusando os sindicatos de "inflexíveis e intransigentes".

"Os sindicatos usam o mesmo crachá desde o primeiro dia. O Governo foi o único que deu um passo", afirmou.

Para Tiago Brandão Rodrigues, a proposta do Governo é uma resposta "para mitigar os efeitos do congelamento e que estava dentro da sustentabilidade financeira".

No entanto, os docentes exigem a recuperação integral do tempo de serviço -- nove anos, quatro meses e dois dias -- mas o Governo diz só ter capacidade financeira para devolver dois anos, nove meses e 18 dias.

Segundo contas do executivo, a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias "corresponderia a um aumento permanente da despesa de 600 milhões de euros por ano".

A medida proposta pelo Governo -- de recuperar cerca de dois anos e nove meses - aumenta "a despesa em 200 milhões de euros por ano", explicam em comunicado conjunto os ministérios da Educação e das Finanças.

O Governo lembra ainda que "as sucessivas leis do Orçamento do Estado entre 2011 e 2017 determinaram que nas carreiras em que a progressão se baseasse essencialmente no tempo de serviço este não seria contabilizado e a sua recuperação não fazia parte do Programa do Governo".

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  • Pedro Araujo
    26 fev, 2019 Trofa 13:28
    Sim o governo deu um passo, ROUBAR os Portugueses
  • Pedro Araujo
    26 fev, 2019 Trofa 13:27
    Deveriam tirar o tempo de serviço a todos os membros do governo, aos senhores deputados do PS, PCP e do BE. mas na verdade não o podem fazer, porque eles não fazem NADA, nem nunca fizeram, trabalho não é com eles… Já agora, não posso dizer que sou familiar do líder parlamentar do PS, para me arranjar um tacho?
  • Professor
    26 fev, 2019 5 de Out 09:33
    Chama-lhes a eles, antes que eles o chamem a ti ....
  • Cidadao
    26 fev, 2019 Lisboa 08:19
    Tudo na mesma como a lesma. Já nem acredito na "ingenuidade" dos Sindicatos ao virem para esta reunião a pensar que o governo ia mudar alguma coisa à proposta rejeitada vezes sem conta. Isto deve ser só para não serem acusados de faltar a reuniões e para colarem uns aos outros o rótulo de "intransigentes", porque o problema, esse, mantém-se.

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