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Aumentar salário mínimo permitiria reduzir diferenças entre homens e mulheres

04 mar, 2019 - 17:25 • Agência Lusa

É o que defende o secretário-geral da CGTP, numa altura em que 27% das mulheres em Portugal "auferem o salário mínimo", contra cerca de 17% dos homens, aponta Arménio Carlos.

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O secretário-geral da CGTP considerou esta segunda-feira, em Coimbra, que mais importante do que garantir uma maior percentagem de mulheres nas administrações das empresas, seria aumentar o salário mínimo e esbater as diferenças relativas ao salário real.

"O Governo teve agora uma boa oportunidade para reduzir as questões das desigualdades, nomeadamente em relação ao salário mínimo nacional. Caso tivesse assumido a proposta da CGTP de 650 euros para o salário mínimo nacional, teria reduzido a desigualdade [entre homens e mulheres] em 1,6 pontos percentuais", afirmou Arménio Carlos, que falava à agência Lusa em Coimbra, no âmbito de uma ação da Semana da Igualdade, iniciativa promovida pela intersindical que arranca hoje e termina na sexta-feira.

A questão do salário mínimo nacional ganha importância no contexto da igualdade entre homens e mulheres porque 27% das mulheres em Portugal "auferem o salário mínimo", contra cerca de 17% dos homens, sustentou.

Outra área onde é necessário avançar, notou, está relacionada com o salário real dos trabalhadores - "o salário base mais outras matérias de expressão pecuniária" - em que a diferença entre mulheres e homens situa-se na ordem dos 18%.

"É muito e não se justifica. Não se justifica que uma pessoa que faz o mesmo trabalho esteja a ganhar 18% menos pelo facto de ser mulher. Não faz sentido e isso é mais importante do que o Governo estar obcecado e concentrado por haver uma maior percentagem de mulheres nas administrações das empresas", quando centenas de milhares de trabalhadoras "continuam a ser discriminadas todos os dias", criticou.

De acordo com Arménio Carlos, a Semana da Igualdade promovida pela CGTP vai este ano ter "uma abrangência superior" à do ano passado, estando previsto a intersindical estar presente em 1.250 locais de trabalho e realizar 32 iniciativas públicas até sexta-feira.

"Não há resposta para trabalhadoras e trabalhadores se não se encontrar estabilidade e segurança no emprego, se não se distribuir riqueza de outra maneira. Isto tem tanta ou mais importância num quadro em que se fala da desaceleração da economia", salientou Arménio Carlos, que falava numa conferência conjunta com o Sindicato de Hotelaria do Centro.

O responsável do Sindicato de Hotelaria do Centro, António Baião, chamou a atenção para "um contrassenso" no setor, em que se registam aumentos das taxas de ocupação e dos fluxos de visitantes, mas em que os proveitos não se refletem nos salários dos trabalhadores.

Nesse sentido, este sindicato vai realizar uma campanha de sensibilização junto dos trabalhadores até ao final da época balnear, nas capitais de distrito e zonas turísticas da região Centro, por forma a que seja dado "um salto qualitativo nos salários dos trabalhadores".

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