14 mar, 2019 - 00:14 • Celso Paiva (Renascença) e Ana Fernandes (Público)
Veja também:
Depois de ter estado na equipa que preparou uma proposta, após os trágicos incêndios de 2003-2005, de um plano de defesa da floresta contra incêndios, Tiago Oliveira volta a estar na génese do seu substituto. Nas mãos do Governo está agora um novo plano, com quatro medidas para tentar contrariar o fatalismo dos fogos.
“Acabámos de entregar o Plano Nacional de Gestão Integrado de Fogos Rurais que tem quatro grandes objetivos”, afirma o especialista.
O primeiro passa por “valorizar o território, ou seja, os proprietários têm de ter rendimento da terra porque senão não vão tomar conta dela. Isto envolve uma partilha de valor de risco com o Estado e com todas as fileiras industriais”, explica.
“Segundo: cuidar do território, gerir. Tem de ser necessário trabalhar a terra em cerca de 100, 200, 300 mil hectares por ano para que os incêndios não progridam em sítios estratégicos”, adianta Tiago Oliveira.
Em terceiro lugar, é preciso “alterar os comportamentos - as pessoas têm de se relacionar de forma diferente com o território, reduzindo ignições”.
“E por fim temos de gerir eficientemente os recursos de prevenção e combate para produzir resultados. É possível, estamos no caminho, temos de estar todos alinhados com a mudança”, explicou o engenheiro florestal.
Ainda não se sabe quando este plano estará aprovado uma vez que acabou de ser entregue às várias entidades envolvidas. “Julgo que haverá um processo de discussão pública”, adiantou.
Sendo uma das linhas a rentabilidade dos proprietários, estarão previstos apoios estatais? “Terá de haver também formas diferentes de fazer. Não são só os meios, são as formas de como nos organizamos para produzir um resultado diferente. Como fazíamos não resultou”, conclui.