15 mar, 2019 - 08:38 • Redação
Alice Gato tem 17 anos, estuda no 12º ano, no Liceu Camões em Lisboa, e há pelo menos três anos que o ambiente é uma das suas prioridades. Esta sexta-feira, a adolescente é uma das organizadoras das manifestações portuguesas da greve mundial pelo clima.
A estudante, convidada pela Renascença para o programa “As três da manhã”, defende a importância de participar nestas ações porque é a forma que “temos de fazer nos ouvir”.
“Cada pessoa conta, não podemos estar à espera de que vão lutar por nós quando isso não está a acontecer”, concretiza.
Alice está preocupada “que não possamos ter um futuro onde possamos prosperar e onde possamos ter o que temos hoje”.
“Nós tomamos tudo por garantido, mas sabemos que as emissões continuam a aumentar e que temos de as diminuir. E temos mesmo de drasticamente fazer alguma coisa. No entanto não se está a fazer nada e preocupa-me que isso vá prejudicar o nosso futuro”, lançou a jovem.
Este é um protesto mundial, mas em Portugal estão previstos protestos durante a manhã, entre outras cidades, em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Covilhã, Aveiro, Évora e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
As greves vão ter discursos, cânticos, cartazes e instalações de sensibilização, e vão unir todos os alunos desde crianças do jardim de infância até alunos de doutoramento" e é nessa "união" que reside a sua força.
alice gato e as Três da Manhã. Foto: RR“Nas três da manhã”, Alice Gato uma das músicas que vai animar o protesto, uma adaptação de “Bella Ciao”, que está transformada em “Terra ciao”.
“Se não agirmos/ com ela vamos/ terra ciao, terra ciao, ciao, ciao/hoje gritamos/ e protestamos/ um dia de aulas boicotamos”.
Esta semana, os jovens que estão a organizar a greve climática estudantil foram recebidos pelo ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. No final, o governante disse aos jornalistas que a defesa do ambiente “é a mais importante das causas pelas quais as pessoas se podem manifestar”, confessando-se satisfeito por ver a motivação dos jovens para lutar pela redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
A nível mundial, segundo a organização, centenas de milhares de alunos são esperados em mais de 100 países.
Esta greve mundial de estudantes, que tem como lema "fazer greve por um clima seguro", culmina uma série de manifestações semanais iniciadas no ano passado pela adolescente sueca Greta Thunberg.