20 mar, 2019 - 18:26 • Redação
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O "hacker" Rui Pinto deverá chegar a Portugal esta quinta-feira, avançou à Renascença fonte ligada ao processo. A chegada do português é dada como certa pela TVI24, que diz que Rui Pinto deverá embarcar no voo das 15h25 (16h25 na Hungria), único do dia que liga Budapeste, onde está detido, a Lisboa.
Rui Pinto, um dos denunciantes do caso "Football Leaks", está em prisão efetiva desde o dia 5 de março, após ter apresentado recurso, com efeitos suspensivos, da decisão favorável de um tribunal húngaro ao pedido de extradição emitido pelas autoridades portuguesas. A 14 de março, as autoridades da Hungria indeferiram o recurso do alegado "hacker".
O português, que prefere ser chamado de "whistleblower" (denunciante), esteve em prisão domiciliária, em Budapeste, desde 18 de janeiro até 5 de março, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
A noite desta quarta-feira será, assim, a última que Rui Pinto passa em Budapeste, no estabelecimento tribunal em que se encontra em prisão preventiva desde o dia 5 de março. O "hacker" tinha de ser extraditado até 10 dias depois do indeferimento do recurso, ou seja, até 24 de março.
A partir deste momento, os termos do processo serão combinados entre as forças policiais dos dois países, sendo que nos próximos dias é esperada uma equipa da Polícia Judiciária em solo húngaro, para assumir a custódia de Rui Pinto. De acordo com a legislação portuguesa, Rui Pinto terá de ser extraditado para Portugal nos próximos dez dias.
Quando chegar a Portugal, Rui Pinto será conduzido ao Estabelecimento Prisional anexo à Policia Judiciária, onde vai aguardar os primeiros interrogatórios. Primeiro, no DCIAP, e depois no Tribunal Central de Instrução Criminal, onde conhecerá as medidas de coação.
Contexto da acusação a Rui Pinto
Em Portugal, o alegado "hacker" está indiciado por seis crimes: dois de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão na forma tentada.
Na base do mandado, estão o acesso aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento "Doyen Sports" e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de jogadores do Sporting e do então treinador Jorge Jesus, assim como de contratos celebrados entre a "Doyen" e vários clubes de futebol.