23 mar, 2019 - 12:43 • Cristina Branco, com redação
O Presidente da República voltou este sábado a ser abordado, no Porto, por um grupo de lesados do BES e garantiu que os vai voltar a receber, em Belém. Marcelo Rebelo de Sousa também ouviu as queixas de um grupo de enfermeiros.
O grupo de lesados concentrou-se, com tambores, campainhas e bandeiras negras, à entrada para a conferência "O Sistema de Saúde para o Cidadão", que está a decorrer na Reitoria da Universidade do Porto.
Marcelo Rebelo de Sousa repetiu a garantia de que os receber, em Belém, e espera que seja possível chegar a um entendimento.
“Noventa e oito ou 99% aceitaram o acordo, mas há 1% ou 2% que não aceitaram. Vou tentar perceber se ainda é possível chegarem a um acordo. Vamos ver”, disse o Presidente da República aos jornalistas.
Na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha sido recebido no Porto com protestos ruidosos dos lesados do BES e ânimos muito exaltados.
À chegada à conferência "O Sistema de Saúde para o Cidadão", Marcelo Rebelo de Sousa leva um pedido dos enfermeiros que também o abordaram.
“Eu gostaria de pedir que o sr. Presidente usasse a sua magistratura de influência no sentido de que os nossos direitos fossem protegidos. Eu estou aqui depois de fazer noite, e ajudar doentes durante todas as horas desta noite, para lhe dizer que temos alguns direitos que são muito básicos, de basilar justiça, e grande parte deles nem estão em cima da mesa da negociação, nomeadamente o processo de descongelamento [das carreiras]”, disse um representante dos enfermeiros.
O Presidente da República respondeu: “Eu conheço bem os vossos problemas. Vou falar à sra. ministra e ao sr. primeiro-ministro”.
O grupo de enfermeiros entregou cravos brancos ao Presidente da República e à ministra da saúde para os sensibilizar para as questões de uma carreira de enfermagem que alegam ser o "pilar" do Serviço Nacional de Saúde.
"Estamos cá hoje para conseguir sensibilizar o Presidente da República e a ministra da Saúde para as questões que afligem os enfermeiros enquanto profissão e enquanto pilar do Serviço Nacional de Saúde, no momento em que se discute a lei de Bases da Saúde e se aprecia, em audição pública, o diploma de carreira dos enfermeiros bem como os acordos coletivos de trabalho com a ministra da Saúde", explicou à agência Lusa Álvara Silva, enfermeira há 15 anos e a ganhar 1.201 euros com a "carreira congelada".
A ministra da Saúde, Marta Temido, dirigiu-se ao grupo de enfermeiros e recebeu os cravos, mostrando-se solidária com a luta daquela classe trabalhadora.
"Gosto em ver-vos, embora com pena por ainda não termos conseguido fazer com que vocês consigam descansar", disse a ministra da Saúde, reiterando que o Governo está "ainda a trabalhar" e que "estão a tentar fazer o melhor possível".