27 mar, 2019 - 19:23 • Ana Rodrigues e Celso Paiva Sol
O Governo está a estudar um eventual reforço de meios de combate a incêndios nesta altura do ano, avança à Renascença o adjunto do Comando Nacional de Operações, o comandante Alexandre Penha.
Face ao agravamento do risco de incêndio, e tendo em conta que os meios nesta altura ainda são reduzidos, a Proteção Civil precisa de ter outras condições.
“Neste momento, ainda não temos todo o dispositivo implementado, especialmente os meios aéreos. Neste momento, é aquele dispositivo que nós temos residual na parte de inverno. O Governo está a acautelar haver ou não haver incremento destes meios aéreos decorrendo daquilo que são as previsões meteorológicas daqui para a frente”, afirma Alexandre Penha.
“O que era normal seria este dispositivo ir aumentando gradualmente até chegarmos a junho ou julho e, neste momento, já se está a verificar se não tem que ser feito este incremento mais cedo devido a estas situações que estão a ocorrer”, admite o adjunto do Comando Nacional de Operações.
Nestas declarações à Renascença, Alexandre Penha dá o exemplo de um incêndio que deflagrou em Aveiro, na terça-feira, para o qual tiveram que ser chamados grupos de reforço de outras zonas do país, um cenário pouco frequente nesta altura do ano.
“Com os meios que temos, não é expectável em março eu estar a mandar grupos de reforço Lisboa para o Norte e ontem já tivemos que mandar dois grupos de reforço de Lisboa, para além de Viseu, Leiria e Coimbra, para irem resolver a situação de Aveiro.”
O comandante Alexandre Penha pede também uma maior atenção aos comportamentos de risco e dá como exemplo os quase 150 incêndios registados na terça-feira.
Meios da Proteção Civil em março
Para fazer face aos incêndios que se têm registado, a Proteção Civil tem nesta altura disponíveis apenas 14 meios aéreos, os que estavam previstos para esta altura do ano: dez são helicópteros de ataque inicial, os outros quatro são aviões médios anfíbios de ataque ampliado.
O Governo conta ter este ano 61 meios aéreos disponíveis na fase mais crítica do verão, mas, para já, parte significativa desses contratos ainda estão na fase de concurso.
Para alem dos 14 aparelhos que têm sido usados nos últimos dias, a Proteção Civil está nesta altura a operar essencialmente com 11 equipas da Força Especial de Bombeiros, espalhadas por vários pontos do país, e ainda três companhias do GIPS da GNR, que estão em Viseu, Vila Real e Faro.
Ao serviço estão também, como sempre, todos os bombeiros voluntários do país.
Estes são, neste momento, os dados disponíveis, uma vez que ainda não existe a Diretiva Operacional – o documento que anualmente define a organização de todo o sistema, e a sua implementação ao longo do ano.
A Diretiva 2019 ainda não está fechada. Só deverá ser conhecida na primeira quinzena de Abril.