02 abr, 2019 - 11:16 • Redação
Um terço das crianças corre risco de dependência dos videojogos. A conclusão é de um estudo feito pela Cuf Descobertas, publicado no mês de março na revista "Acta Médica Portuguesa" e citado na edição desta terça-feira do jornal "i".
O estudo tem uma amostra reduzida, 152 alunos do sexto ano de duas escolas do concelho de Cascais, mas permite ter uma primeira noção do problema em Portugal, lê-se no jornal.
A iniciativa para a realização partiu do grupo de pediatras do centro da Criança e do Adolescente do Hospital Cuf Descobertas, depois de constatarem que os videojogos são um fator cada vez mais frequente de conflito na família.
Hugo Faria, pediatra e um dos responsáveis pelo estudo, refere que é muito frequente ouvir “queixas de pais que não conseguem que os filhos joguem menos, que dizem que há discussões quando dão instruções para interromperem a PlayStation”.
De acordo com o pediatra, após análise dos resultados, um dos aspetos mais relevantes é o risco de dependência, se as crianças mantiverem o mesmo padrão de jogo. Pensar nos jogos quando não se está a jogar, jogar mais quando se está triste ou zangado, ficar chateado ou inquieto quando não se pode jogar e a tendência para jogar quando ninguém está a ver são comportamentos a que os pais devem estar atentos.
Segundo o estudo, a maioria das crianças recebe o primeiro aparelho eletrónico entre os seis e os 10 anos. A maioria das crianças indicou passar menos de duas horas por dia a jogar, mas 19,2% reportaram uma utilização diária entre duas a três horas e 9,9% jogavam mais de quatro horas por dia durante a semana.
Ainda de acordo com este documento, ao fim-de-semana 17,1% das crianças jogam duas a três horas diárias e 24,3% mais de quatro horas por dia.
A "Acta Médica Portuguesa" é a revista científica da Ordem dos Médicos.