16 abr, 2019 - 16:30 • Henrique Cunha
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A Câmara de Mondim de Basto vai avançar com um pedido de indemnização ao Estado pelo tempo que o Governo demorou a decidir que não iria construir a barragem do Fridão.
No dia em que se ficou a conhecer a decisão do governo em não avançar com a barragem, o presidente da Câmara de Mondim de Basto avança à Renascença que a autarquia vai pedir uma indemnização pelos "enormes transtornos à população e à autarquia".
"Outros concelhos tiveram investimentos ao nível do turismo, da valorização do Rio, das zonas ribeirinhas para atrair visitantes e turismo; nós não conseguimos fazê-lo porque, durante 10 anos estivemos nesta indecisão. Há também uns milhares de hectares do concelho de Mondim que estão cativos em termos de plano director municipal, porque constituem uma zona de protecção especial. Portanto, há todo um conjunto de investimentos que não foram feitos", explica Humberto Cerqueira, presidente da autarquia, à Renascença.
Por estas razões, "ainda hoje, no máximo amanhã" seguirá um pedido de reunião com o Ministério do Ambiente. Em último recurso, a Câmara de Mondim admite recorrer aos tribunais.
"A autarquia tem um estudo prévio com os montantes da indemnização que julga ter direito. Mas primeiro vamos tentar reunir com o Ministério do Ambiente para encontrar uma solução. se essas negociações falharem naturalmente que nós admitidos como provável o recurso aos tribunais. Mas só o faremos em último caso, em último recurso e só depois de esgotadas as negociações com o Governo", explica.
O presidente da Câmara diz também estar disponível para colaborar com os populares que se sintam prejudicados.
A barragem de Fridão, no rio Tâmega, consta há vários anos do Plano Nacional de Barragens, mas uma decisão definitiva sobre a construção daquele empreendimento hidroelétrico, que afeta vários concelhos (Amarante, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto e Mondim de Basto), tinha sido sucessivamente adiada, num processo com avanços e recuos ao longo dos anos e vários governos.