16 abr, 2019 - 18:54 • Redação
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Mercadorias Perigosas reuniram-se esta terça-feira à noite, pelas 21 horas, nas instalações da tutela.
O objetivo seria alcançar um acordo que ponha fim à greve dos motoristas que se iniciou esta madrugada e que está a ter impactos profundos em todo o país.
À saída da reunião, o presidente da ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), Gustavo Paulo Duarte, começou por dizer que o encontro “não servia para haver acordo, não servia para levantar a greve”, mas sim, esclareceu, “para a definição dos serviços mínimos, para que a população não sofra o que sofreu nos últimos dias”.
Gustavo Paulo Duarte esclareceu, no entanto, que há agora “uma clarificação sobre os serviços mínimos”, nomeadamente “aqueles que estão claramente escritos na requisição civil: aeroportos, hospitais e grandes centros de consumo”. A requisição civil, lembraria o líder da ANTRAM, garantirá igualmente que 30% dos recursos serão aplicados no abastecimento de postos de combustível civis..“É aquilo que vamos exigir que seja feito nos próximos dias”, concluiu.
O representante dos patrões lembrou que os trabalhadores “têm direito” à greve, mas, defende, “não devem prejudicar as pessoas que querem trabalhar”, criticando igualmente a data escolhida pelos grevistas, que coincide com a Páscoa e a deslocação de milhares de Portugal nas estradas. Gustavo Paulo Duarte promete negociar com os trabalhadores, dentro da “razoabilidade económica”, as reivindicações destes, mas apenas e só quando a greve terminar, pois negociar agora significaria fazê-lo “sob pressão”.
O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Henriques, garantiu, por seu turno, que os serviços mínimos vão ser cumpridos, explicando que entidades como aeroportos, hospitais e serviços de segurança terão 100% de abastecimento.
Quanto ao abastecimento civil, Pedro Henriques declarou que será apenas nas cidades de Lisboa e Porto, antecipando problemas no abastecimento no resto do país.
Neste momento, calcula-se que metade dos postos de combustíveis do país estejam sem a matéria, o que está a gerar filas enormes em diversas cidades, mas sobretudo na Grande Lisboa e Grande Porto.
A greve está igualmente a afetar os aeroportos de Lisboa e de Faro, havendo até vários voos que, após descolarem de Portugal, estão a ser desviados para Espanha a fim de se abastecerem.
Pouco antes das 18h, foi avançado que a GNR estava a preparar-se para escoltar camiões-cisterna de Aveiras de Cima, onde se localiza a Companhia Logística de Combustíveis, até ao aeroporto de Lisboa, isto já depois de a TAP ter confirmado que ativou um plano de contingência para minimizar "ao máximo" o impacto da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas.
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