18 abr, 2019 - 15:46 • Pedro Mesquita
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O protocolo que pôs fim à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Transporte de Matérias Perigosas foi fechado por volta das 7h30 da manhã desta quinta-feira, depois de uma longa maratona negocial e não de uma mas de duas reuniões.
A primeira decorreu no Ministério do Trabalho, entre as 17h de ontem e as 3h30 desta madrugada, sem a presença de Vieira da Silva, ministro da tutela. Aí, as partes negociaram e acabaram por chegar a um entendimento para alargar os serviços mínimos. O diálogo, ao que a Renascença apurou, foi sempre cordial.
Primeira parte concluída, com sucesso, até chegar um telefonema do Ministério das Infraestruturas a propor uma segunda negociação, desta vez já para pôr fim à greve.
Foi o que acabaria por acontecer, já no Ministério de Pedro Nuno Santos. Todos perceberam que era fundamental chegar a um entendimento e que a situação em curso desde a madrugada de segunda-feira, que levou milhares de portugueses a acorrerem a postos com medo de não terem combustível para as férias da Páscoa, era incomportável.
É que a greve estava a prejudicar todas as partes: os motoristas em greve estavam a perder salários, as empresas não estavam a faturar e o Governo tinha de resolver a ansiedade provocada ao país pela falta de combustíveis, nesta altura já com prejuízos muito avultados.
O presidente do sindicato, Francisco São Bento, confessaria já esta tarde à Renascença que, de início, não imaginava que a greve tivesse a adesão registada, de 100%, nem que as consequências pudessem ser tão graves. Também concordou com o "já basta".
Foi a partir daí, já depois das 3h30 da manhã, que as partes começaram a construir o protocolo final que poria fim à greve, cada um com as suas propostas e sempre mediados pelo Governo. Muitos cafés depois, o documento final ficou concluído por volta das 7h30 da manhã.
Até ao final do ano deve ficar concluído o processo de negociação de um contrato coletivo de trabalho, uma das principais exigências dos grevistas. O presidente do sindicato acredita que o mais importante foi alcançado. O protocolo deverá conduzir ao reconhecimento da categoria profissional de motorista de matérias perigosas, distinto dos demais condutores de veículos pesados, e ao reconhecimento de que esta deve ser considerada uma profissão de desgaste rápido.