17 mai, 2019 - 21:51 • Ana Carrilho
Cerca de três de dezenas de elementos da CUSP Barreiro – Comissão de Utentes de Serviços Públicos mantiveram-se esta tarde à porta do Terminal Fluvial do Terreio do Paço, mesmo em frente ao Ministério das Finanças, durante duas horas.
O objetivo era mobilizar alguns dos milhares de passageiros que todos os dias atravessam o rio, entre Lisboa e o Barreiro, para o protesto contra a degradações dos serviços da Soflusa.
Missão que se revelou quase impossível numa sexta-feira à tarde fria e ventosa que ainda empurrava mais as pessoas para dentro do terminal, na esperança de não ver a palavra “suprimido” no quadro de informações e apanhar o primeiro barco.
Paragem, só mesmo para alguns menos distraídos que viam na parede da estação um novo aviso da empresa sobre as perturbações de serviço que vão ocorrer a partir de amanhã e até dia 23. Entre o desabafo breve e o encolher de ombros, seguiam em frente.
Muito poucos se deram ao trabalho de dar uns passos atrás para ouvir o que os membros da Comissão de Utentes de Serviços Públicos do Barreiro tinham para dizer, ocasionalmente, em voz mais alta e de preferência, com a comunicação social por perto.
O que levou mesmo um dos membros da CUSP a desafiar quem passava: “Fartam -se de protestar no Facebook, porque é que não o fazem agora, aqui?” Entretanto, seguiam-se os slogans: “Queremos os barcos a funcionar” ou “Para o povo do Barreiro, o barco está primeiro”.
Também o porta-voz da Comissão, José Encarnação, admitiu que esperava mais gente e maior adesão mas considerou-o positivo. Aos diferentes órgãos de comunicação foi passando a mensagem: os utentes da Soflusa não estão contentes com o serviço, há falta de pessoal, cada vez mais avarias nas embarcações e falta de investimento.
José Encarnação regista evolução, nomeadamente da administração da Transtejo/Soflusa, com que a CUSP reuniu esta manhã: assume as mesmas preocupações e manifesta vontade de encontrar soluções, embora deixe claro que pouco pode fazer sem o “ok” de Mário Centeno.
“Vamos esperar por respostas”, diz José Encarnação,” porque a Soflusa precisa de um plano de emergência que encontre uma solução que integre, as greves que vão ser feitas, a falta de pessoal e as embarcações. Exigimos pelo menos mais uma embarcação. Já para não falar dos pontões”.
“A margem é muito curta: ou há desbloqueamento de verbas por parte das Finanças para dotar a empresa dos meios necessários para cumprir os seus compromissos com os utentes ou, em pouco tempo, podem gerar-se problemas muito graves”, alerta José Encarnação.