20 mai, 2019 - 11:45 • Redação
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“Se hoje tivéssemos médicos de família em número suficiente [para todos os portugueses], ainda assim, não teríamos possibilidade de fazer cobertura universal”, afirma o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.
Na opinião de Rui Nogueira, é preciso investir em equipas de saúde e não exclusivamente em médicos de família.
“Faltam enfermeiros, faltam secretários clínicos e faltam estruturas clínicas. Portanto, logo à partida, é preciso canalizar recursos, é preciso investir para que seja possível termos esta situação de cobertura universal atingida em 2020 ou 2021”, defende, em declarações à Renascença.
Rui Nogueira reage assim à garantia dada, nesta segunda-feira de manhã, pela secretária de Estado da Saúde, para quem é tudo uma questão de fazer contas.
“Qualquer estimativa é feita em modelos matemáticos que vão ter em conta aquilo que entra e aquilo que sai”, referiu Raquel Duarte no programa As Três da Manhã.
“Aquilo que entra baseia-se nos médicos que acabam a formação e naqueles que pretendem ficar. Aquilo que sai, prende-se com os médicos que são reformados ou decidem fazer outro tipo de vida profissional. O que sabemos é que nesta altura temos cerca de 400 médicos a sair: cerca de 200 que sairão por reforma durante 2019, 200 em 2020. Obviamente, aquilo que se pensa é que, de facto, em 2020, se não houver nenhuma alteração, nós conseguiremos atingir o nosso objetivo”, explicou.
A promessa de todos os portugueses virem a ter um médico de família é antiga e ainda não foi cumprida, mas Raquel Duarte diz que será possível a partir do próximo ano.