22 mai, 2019 - 09:40 • Redação
A Infraestruturas de Portugal, que gere a rede ferroviária, diz que não tem meios para fazer inspeções profundas às linhas.
A admissão consta de um anexo ao relatório sobre o descarrilamento de um comboio, elaborado pelo Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários.
O jornal “Público” desta quarta-feira avança a citação que desvenda a incapacidade do organismo do Estado.
“Qualquer alteração ao roteiro de manutenção em vigor, para deteção de fissuras não detetáveis por inspeção visual, resultará diretamente numa maior afetação de recursos humanos internos que, face ao atual quadro técnico insuficiente, agravado pelas restrições de contratação de recursos humanos impostas pela tutela, se traduzirá num desfoque de outras atividades mais relevantes para a segurança do sistema”, cita o jornal.
O quadro técnico insuficiente e as restrições à contratação de pessoal estão na origem destas limitações. A Infraestruturas de Portugal assume, assim, não ter capacidade para manutenções mais profundas.
Nas conclusões sobre o descarrilamento que ocorreu em janeiro de 2017, o relatório fala na “existência de fissuras” num aparelho de mudança de via e aponta falhas humanas, organizacionais e técnicas.
Há um ano, o mesmo organismo do Estado reconhecia que 60% das vias férreas têm um índice de desempenho medíocre ou mau.