23 mai, 2019 - 09:54 • Redação com Lusa
Foi no meio de muita confusão, gritos e até pessoas a serem assistidas pelo INEM, chamado à estação fluvial do Barreiro, que a Soflusa fez a primeira travessia no Tejo nesta quinta-feira de manhã.
Eram várias as centenas de pessoas à espera e muitos não acreditavam que um só barco (com capacidade para 600 pessoas) conseguisse levar toda a gente.
Segundo fonte do Governo, acabaram por ser três os barcos a fazer a travessia, por volta das 9h30.
Na quarta-feira, a Soflusa informou os habituais passageiros de que haveria mais supressões no período das horas de ponta, tanto da manhã como da tarde, o que levou muitos passageiros a decidir se seguiam nestes barcos da manhã, dado que depois não sabem como farão, ao final da tarde, para regressar a casa.
Os mestres das embarcações da Soflusa estão em greve nesta quinta e sexta-feira, pela contratação de mais profissionais. A paralisação é parcial (três horas por turno), afetando as primeiras horas da manhã e as últimas da tarde.
Na sua página na internet, a Soflusa informa que, nestes dois dias, o transporte a partir do Barreiro será apenas assegurado entre as 00h05 e a 1h30, às 5h05, entre as 9h30 e as 17h45 e das 22h00 às 23h30.
Para minimizar os efeitos do protesto, Câmara do Barreiro reforçou os autocarros para a estação ferroviária da Fertagus, em Coina, que fica a cerca de dois quilómetros da estação fluvial.
Mas há mais supressões previstas: seis, durante a tarde. E entra esta quinta-feira em vigor o pré-aviso de greve dos mestres às horas extraordinárias, que pode prolongar-se até ao fim do ano.
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) anunciou que vão ser reabertas negociações na empresa Soflusa, responsável pelas ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.
Greve com adesão de 100%, diz sindicato
A greve dos mestres da Soflusa está a registar uma adesão de 100%, refere Carlos Costa, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), citado pela agência Lusa.
Todos os mestres da Soflusa aderiram, esta manhã, à paralisação: ou seja, 16.
“Para assegurar as sete embarcações que estão permanentemente a viajar eram necessários 21 mestres, mas na sexta-feira tinham 16”, revela à Renascença José Encarnação, da comissão de utentes dos serviços públicos do Barreiro.
“Não se fazem milagres”, acrescenta.
Na quarta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, a Fectrans anunciou que as negociações na empresa vão ser reabertas, mas não foi o suficiente para pôr termo à greve.
Na reunião foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias: regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.