27 mai, 2019 - 16:06 • Redação
Dois militares portugueses até agora destacados na República Centro-Africana regressaram a casa mais cedo por questões de ordem psicológica e disciplinar.
A informação foi confirmada à Renascença esta segunda-feira por fonte do Estado-Maior General das Forças Armadas. Os dois militares já estão de volta a Portugal, numa altura em que já tinham cumprido sensivelmente metade do tempo de missão.
A mesma fonte adianta que um dos militares regressou devido a sintomas de problemas mentais. Os problemas evidenciados não são de particular gravidade, nem terão colocaram em causa a missão, mas as chefias entenderam que seria prudente fazer regressar o militar. O outro caso envolve um militar que, por iniciativa própria e sem avisar os seus superiores, foi a um determinado local onde não estava previsto estar.
"São duas situações inauditas e distintas" destacou à Renascença o porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas, comandante Pedro Coelho Dias, sublinhando que a missão decorre "num cenário de elevado risco, de elevada tensão, onde os militares são sujeitos a uma pressão constante e diária".
A notícia sobre o regresso antecipado destes dois militares foi inicialmente avançada pelo "Diário de Notícias".
Pedro Coelho Dias revela que o militar que voltou por questões de saúde "apresenta um quadro estável" e que "demonstrava alguns sinais de maior cansaço, uma atitude mais introspectiva", tendo "a equipa médica que acompanha em permanência a missão" decidido por, "de forma preventiva, fazer regressar o militar".
O outro caso "trata-se essencialmente de um não cumprimento de horários que estavam estipulados". Coelho Dias explica que vai ser agora aberto um processo disciplinar para aferir eventuais sanções.
A atual missão dos militares portugueses é de seis meses e vai sensivelmente a meio. As Forças Armadas estão já a preparar dois militares para substituir aqueles que regressaram antecipadamente. Neste momento, aguardam a oportunidade para embarcar num voo civil para se juntar ao contigente que está colocado na República Centro-Africana.
"Estamos a falar de dois elementos, um que estava no Estado Maior da Força da MINUSCA e outro na Força de Ação Rápida. São duas rendições que não são urgentes e que não comprometem em nada o cumprimento da missão", garante o porta-voz.