14 jun, 2019 - 15:10 • Rui Barros, com Redação
Há médicos em hospitais privados que ameaçam recusar fazer cirurgias a doente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) por falta de pagamento desde 2017.
A notícia é avançada esta sexta-feira pelo jornal “Público”, que usa o caso do Hospital da Ordem Terceira Chiado, em Lisboa, como um desses exemplos. Segundo o diretor clínico desse hospital, José Domingos Vaz, este não é um caso isolado.
Com a redução dos tempos máximos de resposta para um determinado tipo de cirurgias, os hospiyais do SNS têm recorrido cada vez mais aos hospitais privados para evitar ultrapassar os prazos previstos. De acordo com o diário, em 2017 foram emitidos 118.696 vales de cirurgia – o dobro dos vales em comparação com o ano anterior.
No entanto, e segundo a denúncia do diretor clínico deste hospital privado, há muitas destas cirurgias que ficam por pagar. De acordo com José Domingos Vaz, o SNS deve àquele hospital 6 mil euros.
Estado e Privados podem chegar a acordo, acredita representante dos hospitais privado
Para o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, o Ministério da Saúde tem que tomar uma posição à falta de pagamentos do Estado aos privados. No entanto, mostra-se confiante de que privados e o Estado vão chegar a acordo.
“O Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças têm vindo a anunciar que há um esforço no sentido de recuperar dívidas, ou seja, os incumprimentos por parte do SNS e nós saudamos esse facto”, refere o representante dos hospitais privados em declarações à Renascença.
No entanto, o que o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada defende é que o Estado Português não deixe de fora dívidas que o Estado “sabe que existem”.
“Ainda há cerca de duas semanas houve um despacho que saiu no sentido de haver um plano de regularização de dívidas para os próximos dois anos. Aquilo que dissemos é que estas dívidas dos SIGIC devem ser incluídas nesse plano de regularização. Não há nenhum motivo para que essas dívidas não sejam, independentemente de estarem ou não validadas formalmente, assumidas”, defende Gaspar.