14 jun, 2019 - 00:00
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, está a acompanhar a situação clínica do militar português que esta quinta-feira ficou gravemente ferido num acidente rodoviário na República Centro-Africana (RCA).
"O ministro da Defesa Nacional recebeu com grande preocupação a notícia do acidente do soldado português do Exército da missão das Nações Unidas na República Centro-Africana, através do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante António Silva Ribeiro", lê-se numa nota do Ministério.
No comunicado é ainda referido que "assim que tomou conhecimento [do acidente], o ministro da Defesa Nacional contactou telefonicamente Marco Serronha, 2.º comandante da força MINUSCA, a quem transmitiu palavras de amizade e de solidariedade à Força de Nacional Destacada".
O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) informou que um militar português ao serviço das Nações Unidas na RCA ficou ferido esta quinta-feira com gravidade devido a um acidente de viação.
Em comunicado, o EMGFA relata que o militar, cuja família já foi avisada do acidente, sofreu um traumatismo grave nas duas pernas.
O acidente aconteceu enquanto realizavam um trajeto logístico junto à região de Bouar, situada a 350 quilómetros (km) a noroeste da capital do país, quando ocorreu o despiste e capotamento de uma das viaturas táticas ligeiras blindadas HMMWV, vulgarmente conhecidas por "Humvee".
A nota refere que são ainda desconhecidas as causas do acidente, mas que "a forte precipitação que assola a região, bem como o estado altamente precário da viatura, poderão ter contribuído para o despiste".
"A equipa de médicos portugueses desta Força Nacional Destacada está a acompanhar a evolução clínica do militar em estreita ligação com os médicos do Hospital das Forças Armadas em Portugal", avança o EMGFA.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.
Portugal integra a MINUSCA, com a 5.ª Força Nacional Destacada (FND), e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.