17 jun, 2019 - 16:14 • Redação
A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) quer identificar o consumo de energia elétrica, nas redes inteligentes de distribuição, através do código de ponto de entrega, omitindo o nome do cliente final.
A CNPD considera que estas redes com contadores inteligentes importam um elevado risco para os dados pessoais dos clientes.
A DECO acompanha esta preocupação. A jurista Carolina Gouveia, da Associação Portuguesa de Defesa do Consumidor, explica o que está em causa.
“Com as redes inteligentes e com os contadores inteligentes, a quantidade de dados que são retirados dos nossos consumos de energia têm um grande valor e, como tal, tudo é possível. Sabemos que os dados são a moeda do futuro e do presente. Vemos com agrado estas preocupações da CNPD e que sejam adotadas num regulamente que a ERSE, a seguir, fizer”, disse à Renascença Carolina Gouveia.
O que é certo é que as redes inteligentes de distribuição representam o futuro e o consumidor vai deixar de ter “surpresas” na fatura.
“O consumidor, quando recebe a sua fatura, vai ser faturado pelo consumo real. Deixa de aparecer as estimativas, consumos excessivos, aquelas surpresas das faturas que fazem correções de consumos porque a leitura não é feita há muito tempo, começamos a ter faturas com consumos reais. Por outro lado, também permite eu conhecer muito melhor o meu consumo”, explica a jurista Carolina Gouveia, da DECO.
Estes dados podem levar à análise de perfis de comportamento dos consumidores finais de energia elétrica e por em causa a privacidade e dados dos clientes. Por isso, a Comissão Nacional de Proteção de Dados quer identificar o consumo de energia elétrica, nas redes inteligentes de distribuição, omitindo o nome do cliente final.