19 jun, 2019 - 08:40 • Redação
As águas algarvias estão pintadas de vermelho, desde domingo, devido à concentração de microalgas e várias praias, entre a Ilha Deserta, em Faro, e a praia da Falésia, em Albufeira, foram interditas a banhos, na segunda-feira.
Mas algas são estas e quais as consequências para a saúde?
A microbiologista Helena Silva, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esteve à conversa com As Três da Manhã, na Renascença, e respondeu a todas as perguntas.
Tomar banho com esta mancha vermelha faz mal?
Nem sempre estas microalgas fazem mal. Em alguns casos sim, noutros casos não.
Não se conhecem grandes danos no contacto com a pele. Em algumas pessoas mais sensíveis, poderá registar-se uma reação cutânea.
O problema destas microalgas é que podem ser consumidas pelos bivalves. Os bivalves para se alimentarem, filtram a água, concentram as microalgas no seu organismo, e se comermos os bivalves contaminados, podemos ter problemas de saúde graves.
Que algas vermelhas são estas?
Existem muitas variedades. Mas neste caso é uma concentração tão elevada que aparece aquela cor avermelhada, ou mais acastanhada. Mas é devido à elevada concentração das algas na água.
De onde vieram?
Quando não têm condições favoráveis enquistam e ficam depositadas no sedimento. Quando há correntes favoráveis e vento, sobem na coluna de água, e por exemplo no Algarve, com a subida das temperaturas que aconteceu nestes dias, acabam por proliferar. Desta vez devem ter tido condições excecionais.
Que conselhos deixa à população que está no Algarve hoje?
Segundo a nossa especialista do IPMA em fitoplâncton, acredita-se que as correntes e o vento irão empurrar estas microalgas para fora e o problema poderá desaparecer dentro de dias. Espera-se que talvez até ao final da semana elas possam desaparecer.
O conselho para quem está no local é que as pessoas estejam atentas às informações da Direção Geral de Saúde e da Agência Portuguesa do Ambiente, no caso das águas balneares. No caso dos bivalves, estarem atentas ao site do IPMA, onde vão aparecendo a abertura ou interdição ao consumo de moluscos bivalves.