Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Proibição de corridas? Criadores de galgos sentem-se tratados como "autênticos criminosos”

02 jul, 2019 - 15:40 • Redação

PAN e BE avançam com proposta para acabar com as corridas de galgos. Os motivos nascem de acusações de maus tratos, doping e treinos exaustivos.

A+ / A-

Veja também:


O PAN e o BE avançam com uma proposta para criar uma legislação para proibir as corridas de galgos em Portugal. A petição é discutida esta terça-feira, dia 2 de julho, na reunião plenária no Parlamento.

Os partidos acusam as corridas de maus tratos animais, através do uso excessivo de substâncias ilegais, treinos violentos, abandono de animais e apostas.

Em declarações à Renascença, Nuno Ferreira da Silva, da Federação Nacional de Galgueiros, define as acusações feitas pelos partidos e instituições como sendo “completamente falsas” e “difamatórias”.

Nuno Ferreira da Silva não aceita as acusações e garante que o setor vai reagir. “De ontem para hoje, as atitudes difamatórias foram terríveis. Principalmente aqui na zona norte. Inclusive envolvendo a Cruz Vermelha Portuguesa”, afirma.

A Cruz Vermelha anunciou na segunda-feira que recuou no apoio a corrida de galgos. A decisão, comunicada através do Facebook, nasce depois da pressão sentida nas redes sociais.

A iniciativa “Corrida de Galgos” estaria marcada para o próximo dia 13 de julho, em Vila do Conde.

“As fundamentações usadas pelo PAN, pelo Bloco de Esquerda e pelas instituições são completamente falsas. Não têm provas disso. Nós os galgueiros estamo-nos a sentir profundamente difamados. Não podemos aceitar tudo aquilo que estão a dizer porque nos estão a tratar como autênticos criminosos”, declara o membro da federação.

Segundo Nuno Ferreira da Silva, são “disparates” as afirmações de abuso aos cães e o recurso ao doping, uma vez que a maioria dos galgos é dador de sangue e o banco animal rejeitaria qualquer doação se a situação se verificasse.

O abandono de cães considerados “não aptos” para corridas – quer pela velhice, quer pelo desgaste físico – também não acontece. Os galgos ingleses (raça preferida para este tipo de corridas) são obrigados a ter registos nas juntas de freguesia, chip e são tatuados aos seis meses.

“Portanto, se alguém encontrasse algum galgo abandonado e estivesse numa situação anormal de abandono, esse proprietário seria penalizado, até criminalmente”, garante Nuno Ferreira da Silva.

“Não faz sentido os disparates que se vê ai a argumentar, desde abusos a animais, treinos violentos, treinos com choques elétricos. Confundem suplementos vitamínicos e substancias legais que se dá a qualquer atleta humano para permitir a sua recuperação e para estarem bem fisicamente”, salienta.

E em pistas ilegais, pode acontecer? “É a sensibilidade as pessoas”, responde o membro da federação.

Para o dirigente da Federação Nacional de Galgueiros, o galgo é um animal “atleta” e “gosta de correr”. “Há bocado vi comentários no Facebook a dizer que o animal não quer correr e que é o homem que o obriga a correr. Alguém consegue obrigar um animal a correr?”, questiona o criador.

No cenário hipotético onde a proibição das corridas seja aprovada e oficializada, Nuno Ferreira da Silva avisa que dentro dos próximos 10 anos, a raça poderá deixar de existir. Segundo o criador de galgos, foram as corridas que mantiveram a raça viva no norte do país, após a proibição da caça dos galgos aos coelhos.

Além disso, Nuno Ferreira da Silva garante que têm feitos múltiplos convites às instituições para visitarem pessoalmente as pistas de corrida, de forma a conferirem as condições a que os cães são submetidos.

“Porquê? Porque isso não lhes interessa. Porque se forem lá vão encontrar aquilo que é a realidade, que não é aquilo que eles acusam. Ia deitar por terra essa atividade fundamentalista ou ideológica para acabar com as corridas de galgos”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Telma Faria
    16 out, 2019 Porto 12:02
    Isto eu chamo de maltratar animais para beneficio próprio, não pensando nos próprios. Os animais sentem dor, frio, medo, ansiedade... Tudo aquilo que o ser humano sente também, por isso quem mal faz a um animal deveria questionar-se se gostaria que alguém maior do que ele lhe fizesse o mesmo! Quem maltrata um animal, maltrata qualquer coisa viva. É o que considero lixo humano. E não querendo ser extremista mas sendo, só há uma maneira de acabar com isto, e será com a extinção.
  • J M
    03 jul, 2019 Seixal 17:22
    Também estou de acordo, quem deve ser explorado são os animais racionais, os irracionais nunca, é uma barbaridade.
  • Martins
    02 jul, 2019 LX 17:18
    Se querem ganhar a vida façam-no a trabalhar. Isto dos "Galgueiros" é totalmente inaceitável! Nem sabia que existia esta barbaridade em Portugal. Vão trabalhar e deixem de explorar os animais...

Destaques V+