05 jul, 2019 - 16:38 • Henrique Cunha
O porta-voz da Associação Pediátrica Oncológica do Hospital de São João sublinha que as crianças que deixaram de estar internadas em contentores, como foi anunciado esta sexta-feira pelo hospital, foram deslocalizadas para um edifício que apresenta condições deficientes.
Jorge Pires diz que os doentes vão continuar fora do edifício central, num edifício que não tem boas condições. “As crianças foram retiradas dos contentores, mas ficaram num edifício que não é de contentores, mas é muito mau na mesma, fora do edifício central. Com isto melhoraram, mas está muito longe de estar bem. Têm de andar naqueles transportes de ambulância sempre que for preciso fazer uma cirurgia ou um exame. Não são as condições ideais ainda.”
Jorge Pires aproveita para voltar a criticar o Governo por ainda não ter avançado com o ajuste direto para a construção da ala pediátrica. O Porta-voz dos pais receia que o executivo acabe por não avançar com o projeto remetendo as crianças para o Centro Materno-infantil.
“O ajuste direto pressupõe convidar-se uma ou duas e escolher uma. Eles convidaram 14 empresas para se pronunciar, o que só atrasou o processo. O ajuste direto é para poder começar a obra dentro de um mês e tal, mas temos muito medo que depois das eleições digam que agora são tão poucas que não constroem isto, que não vale a pena, e que vão enviar para outro hospital.”
“Temos de estar muito vigilantes e ativos, porque tememos que este Governo não faz nem deixa fazer”, diz.
Jorge Pires lamenta por outro lado que a Entidade Reguladora da Saúde nunca tenha chegado a fazer uma vistoria aos contentores: “Há um ano e dois meses que a ERS abriu um inquérito para fiscalizar este internamento em contentores, e não fez uma única vistoria. Agora já não vai fazer.”