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Alentejo

Regadio comprometido na Barragem da Vigia. "Situação é grave", admite autarca

17 jul, 2019 - 16:52 • Rosário Silva

O abastecimento público está garantido, mas agricultores não puderam fazer culturas de verão e estão preocupados. Albufeira está a 17% da sua capacidade.

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A situação da barragem da Vigia “é grave” e está a preocupar o presidente da câmara municipal de Redondo (Évora). Em declarações à Renascença esta quarta-feira, António Reto assegura que o abastecimento público está salvaguardado, mas assume que há problemas com o regadio.

“Embora tenhamos o abastecimento público garantido através de uma conduta que vem diretamente do Alqueva, para a agricultura a situação é muito complicada e a única coisa que está a ser regada são os olivais e os amendoais”, admite o autarca.

Este ano, os cerca de 100 agricultores do perímetro de rega da Vigia não realizaram as culturas de verão devido à seca. Neste momento, “a barragem está a 17% da sua capacidade, o que é muito pouco”, adianta o presidente do município alentejano.

“Esperamos que esta situação se altere com as novas ligações previstas ao Alqueva, nomeadamente o bloco de rega de Reguengos de Monsaraz cuja obra será lançada brevemente, e depois da sua conclusão, ficaremos com uma ligação direta que nos permite meter 12 milhões de metros cúbicos de água na barragem, para uma capacidade total de 17 milhões”, explica António Reto, acreditando que o problema ficará resolvido para o regadio.

O bloco de rega de Reguengos de Monsaraz vai receber água da Barragem de Alqueva e, de acordo com o Plano Nacional de Regadios, vai abranger cerca de 11 mil hectares de solos agrícolas.

Em Redondo, o setor primário é o que tem maior impacto no concelho e sendo este afetado, “toda a economia que dele depende também fica afetada, daí a minha preocupação”, realça ainda o autarca de Redondo.

António Reto esteve recentemente na Assembleia Geral da Associação de Beneficiários da Obra da Vigia e encontrou agricultores “compreensivos mas muito preocupados”, uma vez que está em causa “o sustento deles, principalmente na freguesia de Montoito, pois dependem da água e do regadio”.

“A situação é grave, o abastecimento está garantido, o problema coloca-se ao nível da agricultura, as culturas não se fizeram e vamos ver o que é possível regar daqui para a frente”, conclui.

Recorde-se que, em 2015, o Perímetro de Rega da Vigia ficou ligado ao Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva através da albufeira do Monte Novo (Évora), beneficiando várias centenas de parcelas agrícolas.

Em ano de seca extrema e severa, a prioridade passa sempre pela salvaguarda do abastecimento público, neste caso concreto dos cerca de sete mil habitantes do concelho de Redondo.

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