21 jul, 2019 - 10:50 • Rui Barros, com Filomena Barros
Um manifesto, que, de acordo com o “Correio da Manhã”, está a ser partilhado por centenas de militares, muitos oficiais superiores dos três ramos no ativo e na reserva, defende que, caso o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) decida demitir-se, ninguém deve assumir o seu cargo.
No documento obtido pelo “Correio da Manhã” e assinado tenente-coronel (na reforma) Brandão Ferreira, o militar sai em defesa do CEMGFA, dizendo que este disse a "verdade" e classifica a resposta do ministro da Defesa como sendo “miserável” e “com os pés”.
O militar refere-se à entrevista à Renascença e ao "Público", na qual o CEMGFA disse que a situação nas Forças Armadas “é insustentável” devido à falta de efetivos.
Em resposta, o ministro disse que “o papel do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas é assegurar que as missões são cumpridas” e que, “se ele chegasse à conclusão que não pode cumprir essas missões, então sairia”.
O militar interpreta essas declarações como sendo um “convite à demissão” do CEMGFA, e, por isso, diz que “o confronto vai ser inevitável”. Como retaliação, o signatário do manifesto sugere, caso o CEMGFA se demita, “ninguém assumirá o cargo”.
De acordo com o “Correio da Manhã” são centenas os militares que subscrevem este documento.