24 jul, 2019 - 19:25
D. Tolentino Mendonça vai presidir à comissão organizadora das comemorações do 10 de junho no próximo ano, anunciou esta quarta-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Foi uma honra poder aceitar apesar das funções que exerce na Santa Sé", disse o chefe de Estado em declarações aos jornalistas.
D. Tolentino Mendonça fará o discurso do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que terá lugar na região autónoma da Madeira e, eventualmente, também na África do Sul.
Poeta, filósofo e professor, o arcebispo madeirense, de 53 anos, foi nomeado pelo Papa Francisco, no ano passado, para chefiar o Arquivo Secreto do Vaticano e mais antiga biblioteca do mundo, a Biblioteca Apostólica.
A nomeação apanhou D. Tolentino de surpresa, como admitiu na altura, em entrevista à Renascença. Tinha aceitado há pouco tempo o cargo de diretor da Faculdade de Teologia e era vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
Mas, não podia deixar de estar disponível para o que o Papa lhe pedia agora, porque há um “sentido de missão” que sempre o guiou nas várias funções que já desempenhou ao serviço da Igreja.
“Eu tenho uma atitude que é a mesma nos lugares para onde tenho sido destacado e, na vida de um padre, isto é muito normal. Estamos uns anos num lugar e depois mudamos de comunidade, mudamos de serviço e a minha atitude é sempre de humildade muito grande em relação ao que a Igreja me pede”, explicou.
“Uma grande disponibilidade, mas também uma humildade no sentido de aprender: aprender com as pessoas que estão lá, porque as instituições nasceram muito antes de nós. É preciso conhecer bem para poder amar e para poder servir e é nessa atitude que estou”, destacou.
Na sua ordenação como arcebispo, Tolentino Mendonça assegurou que continuará a ser padre e escritor, mas irá também “preservar aquele repositório, que é um grande tesouro da igreja e da humanidade, e ao mesmo tempo pô-lo a dialogar com a contemporaneidade”, afirmou na altura.
Em maio deste ano, D. Tolentino Mendonça lamentou que as bibliotecas sejam "olhadas como depósitos do passado e não como centros de cultura" e que estejam a ser destruídas numa "época de barbárie".