29 jul, 2019 - 07:43 • Liliana Carona
D. Manuel Felício admite que depois dos incêndios de 2017 houve alguns apoios, mas não houve a resposta que devia haver. O prelado critica o Governo e o esquecimento a que ficaram votadas algumas aldeias, considerando que por exemplo as árvores queimadas não foram retiradas em tempo útil.
É frente a uma paisagem vestida de negro desde outubro de 2017, que D. Manuel Felício critica a passividade do Governo no retirar a madeira queimada dos territórios atingidos pelas chamas.
“Temos a paisagem preta, negra, com as árvores queimadas, que não foram retiradas em tempo útil. A tutela devia olhar para isto com outra responsabilidade. Ainda há dias estive com o secretário de Estado das Florestas e disse-lhe que tinha visto o Governo anunciar a criação de estaleiros para madeira, mas se me puder dizer um caso concreto indique-me porque eu não sei”, pede D. Manuel Felício, para quem os incêndios são um mal consecutivo.
O prelado considera que houve muita solidariedade que ficou pelo caminho. “Visito esses lugares tristes, ali uma terrinha perdida em Oliveira do Hospital, fui visitá-la, dois anos passados aquilo está igual, houve alguns apoios para gado e alfaias, mas não houve a resposta que era suposto haver e houve muita solidariedade. Eu não sei porque é que a solidariedade não chegou ao destino”, critica.
O Bispo da Diocese da Guarda solicitou aos responsáveis das 365 paróquias que durante o período crítico, afixem um cartaz com alguns alertas de prevenção contra os incêndios. “É proibido fumar nos espaços florestais; usar fogareiros e grelhadores, exceto fora das zonas críticas, nos locais autorizados; lançar balões de mecha acesa ou foguetes; fumigar ou desinfestar apiários, exceto se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas”.
O documento refere ainda que é obrigatório “usar dispositivos de retenção de faíscas e tapa-chamas nos tubos de escape e chaminés das máquinas de combustão interna e externa e nos veículos de transporte pesados e 1 ou 2 extintores de 6kg, consoante o seu peso máximo seja inferior ou superior a 10 toneladas”.
Na missiva enviada aos padres, D. Manuel Felício agradece a colaboração “em nome daquele cuidado com a casa comum com que também estamos comprometidos”.