30 jul, 2019 - 19:15 • Lusa
Um relatório preliminar pedido pela Proteção Civil ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais concluiu esta terça-feira que as golas antifumo distribuídas à população não se inflamam quando expostas ao fogo.
O mesmo documento acrescenta que os testes revelaram que as golas não inflamaram "mesmo quando colocadas a uma distância inferior a 50 centímetros das chamas, durante mais de um minuto".
O "Jornal de Notícias" noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização foram entregues à população abrangida pelo programa "Aldeia Segura, Pessoas Seguras" e custaram 125 mil euros.
Após essas notícias, que já levaram à demissão de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou efetuar, através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), testes e um relatório ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais (CIIF), dirigido por Xavier Viegas.
Os testes destinaram-se "a avaliar o comportamento das golas quando expostas a um ambiente próximo de um incêndio florestal" e, "em concreto, avaliar se as referidas golas se inflamavam quando sujeitas a um forte fluxo radiativo, semelhante ao de uma frente de chamas como as que ocorrem em incêndios florestais, podendo colocar em perigo o seu utente, pelo facto de entrarem em combustão".
A ANEPC entregou um conjunto de 28 golas idênticas às que foram distribuídas à população, para a realização dos ensaios.
Os ensaios foram realizados no Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais no dia 28 de julho de 2019 e na realização dos ensaios estiveram envolvidas nove pessoas.
O CIIF refere que o documento "constitui um relatório preliminar muito sucinto, uma vez que não foram ainda analisados muitos dos parâmetros que foram objeto de medição e registo durante os ensaios".