06 ago, 2019 - 14:24 • Agência Lusa
Representantes da comunidade portuguesa na Alemanha vão pedir amanhã, quarta-feira, ao Presidente da República que Portugal reforce a aposta no ensino da língua portuguesa e no associativismo, visando manter a ligação dos lusodescentes ao país de origem.
“Apostar e desenvolver mais o ensino da língua materna para manter a ligação dos nossos jovens a Portugal” e “dar mais valor e apoio ao associativismo para manter e divulgar a cultura portuguesa na Alemanha” são as duas mensagens que Vítor Estradas, presidente de um dos ranchos folclóricos portugueses mais conhecidos da Alemanha, tem para transmitir ao Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se a Berlim e a Rostock entre a próxima quarta e sexta-feira, naquela que é a sua segunda visita à Alemanha, a convite do homólogo, Frank-Walter Steinmeier. Na capital alemã vai encontrar-se com a comunidade portuguesa residente.
Contactado pela Lusa, o ex-presidente da Federação das Associações Portuguesas na Alemanha (FAPA), que deixou de existir por falta de novos corpos diretivos, lamentou que nos últimos anos “muitos problemas tenham sido apresentados e discutidos, muito tenha sido prometido, mas pouco tenha sido cumprido”.
“Devíamos falar menos e agir mais (…) muitas vezes só se lembram da comunidade quando existe um interesse próprio. Acho bastante lamentável”, comenta, sublinhando a necessidade de existir “uma maior participação na vida política, pois quem não vota, não conta”, considerou.
“Como comunidade, não podemos estar sempre a protestar contra o governo, o Presidente da República e os políticos quando não os votamos. Esse incentivo para votar tem de vir também de Portugal, tal como a distância até aos locais de voto deveria ser encurtada”, defendeu por seu lado o presidente da Casa de Portugal em Bremerhaven, Daniel de Oliveira Soares.
O responsável elogiou o Presidente da República, afirmando que "muitas coisas têm mudado" desde que é chefe de Estado, "muitas para melhor", como por exemplo haver mais "permanências consulares".
Contudo, defendeu a diminuição dos tempos de espera nos atendimentos telefónicos e presenciais no consulado ou a realização de conferências direcionadas às comunidades.
A Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha (ASPPA) também estará representada no encontro entre a comunidade portuguesa e o Presidente da República, marcado para quarta-feira, com a expetativa de transmitir ao chefe do Estado português a necessidade de o país fortalecer "as suas redes na diáspora científica".
"Isto permitirá a criação de sinergias entre os dois países, não só na indústria, como também na academia, e permitirá um fluxo mais dinâmico de conhecimento e informação, podendo voltar a atrair portugueses na Alemanha de volta a Portugal”, considerou a presidente da ASPPA, Sofia Figueiredo, destacando que aquele país continua a ser "um destino profissional atrativo para os portugueses”.
"Considero que as políticas que o governo dinamiza em relação à diáspora, como por exemplo, o congresso mundial de redes da diáspora portuguesa, que teve lugar em julho, no Porto, de extrema importância para conhecer a comunidade emigrante, as suas forças e onde precisa de apoio”, declarou.
Marcelo Rebelo de Sousa vai deslocar-se a Berlim e a Rostock, na sua segunda visita à Alemanha, entre 7 e 9 de agosto.