14 ago, 2019 - 22:47 • Filipe d'Avillez com Lusa
A Fectrans e a Antram concluíram com sucesso a ronda negocial que terminou esta quarta-feira, com o sindicato a garantir um aumento de 120 euros por mês para os motoristas, disse esta quarta-feira José Manuel Oliveira, que esteve a negociar da parte dos camionistas.
O primeiro-ministro António Costa reagiu de imediato no Twitter, escrevendo que neste caso imperou "o bom senso e o diálogo" e pedindo que "seja um exemplo seguido por outros".
Terminada esta ronda de negociações o diálogo continuará em setembro, disse ainda José Manuel Oliveira.
O acordo com a Fectrans não implica o fim da greve dos motoristas de matérias perigosas, uma vez que este sindicato não tinha aderido à greve, mas pode servir para pressionar os trabalhadores que aderiram à paralisação.
Segundo José Manuel Oliveira a base salarial dos camionistas continuará nos 700 euros mensais, embora a esta base se acrescentem vários complementos. O aumento conseguido pela Fectrans corresponde, segundo o sindicalista, a 120 euros por mês. Considerou ainda que o acordo resolve algumas das "questões nucleares" dos trabalhadores, prevendo aumentos salariais de pelo menos 120 euros.
Esta tarde a Antram tinha já dito que se tinha chegado a um acordo histórico com a Fectrans. O sindicato não usou os mesmos termos, dizendo antes que este era o “acordo possível”. Instado várias vezes pelos jornalistas a comentar a greve convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Oliveira recusou fazê-lo.
"Hoje, estamos próximos da redação final daquilo que vai ser a revisão da convenção coletiva que vai entrar em vigor a partir de janeiro", acrescentou da Pedro Polónio, no final da reunião.
Considerando o acordo "algo muito relevante" para um setor que está "a viver dias difíceis", Pedro Polónio frisou que com esta decisão o patronato quer "passar uma mensagem de confiança aos trabalhadores, aos empresários".
Também o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, saudou o acordo alcançado hoje entre os patrões da camionagem e a federação sindical da CGTP, por "servir os motoristas e a competitividade das empresas".
Em declarações à comunicação social, o ministro adiantou que o Governo "acompanhou todo o processo" negocial e se disponibilizou para "ajudar no que lhe compete".
Já Pedro Pardal Henriques, questionado pelos jornalistas depois do anúncio do acordo com a Fectrans, criticou o mesmo, dizendo que fica aquem dos 300 euros que tinham sido anunciados pela Antram e afirmando que "obviamente" o seu sindicato não vai aceitar esses mesmos termos.
[Notícia atualizada às 00h15]