15 ago, 2019 - 16:48 • Redação
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) pediu a mediação do Governo no conflito que mantém com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e que originou a convocação de uma greve que se iniciou esta segunda-feira e que se mantém por tempo indeterminado.
O anúncio foi feito por Francisco São Bento, presidente do SNMMP, que anunciou que se trata do "melhor caminho". “O Governo fará as reuniões só com a ANTRAM. Nunca recusámos mediação. Trata-se de mediação com outros moldes”, explicou aos jornalistas, após uma reunião na Direção Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT), em Lisboa.
Apesar de frisar que a greve se mantém, o porta-voz do sindicato, Pedro Pardal Henriques, afirmou que agora “compete somente ao Governo a desconvocação desta greve". "Ela continuará até ao momento que a ANTRAM e este sindicato entenderem que não há necessidade de continuar”, frisou.
Questionado sobre o seu papel nas negociações - recorde-se que a ANTRAM se recusa a negociar com Pardal Henriques “- a resposta foi ambígua: "Não me vou afastar. Estarei sempre do lado do sindicato e sempre que for necessário estarei presente”, indicou. O também vice-presidente do SNMMP recusou-se ainda a comentar o acordo estabelecido na quarta-feira entre a Fectrans, Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, e a ANTRAM.
Mediador já deve trabalhar esta sexta-feira
Também em declarações à comunicação social, Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego, adiantou que houve a entrega de um documento por parte do SNMMP com um "pedido de negociação".
"Trata-se daquele mecanismo que o Governo propôs antes do despoletar da própria greve. É um instrumento de mediação que depende da disponibilidade das partes para tirar partido dela para produzir resultados. É um instrumento mais adequado para contextos em que não está em vigor uma greve, especialmente com estas caraterísticas, de longa duração e com este clima de tensão", disse.
O secretário de Estado acrescentou que o Governo tem 10 dias para nomear um mediador, mas espera que, já na sexta-feira, o escolhido possa contactar a ANTRAM. A associação patronal tem repetido que se recusa a negociar enquanto a greve estiver em vigor.
"A figura do mediador está nos próprias quadros da DGERT. Vamos cumprir integralmente os direitos de ambas as partes", esclareceu.