15 ago, 2019 - 23:49 • João Pedro Barros
Pedro Nuno Santos voltou a apelar esta quinta-feira à “via do diálogo” para fazer o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) desconvocar a greve, isto após o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) ter tomado essa medida. De acordo com Ministro das Infraestruturas e da Habitação, “o tempo da greve terminou”.
“O país inteiro espera pelo fim da greve, os motoristas também. Precisamos de sentar-nos, de trabalhar, de negociar”, declarou aos jornalistas, após Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM, e André Matias Almeida, porta-voz da Antram (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) terem anunciado um acordo para voltar à mesa das negociações.
O governante considerou que o SNMMP tem de desconvocar a greve, como exige a Antram, para que esse passo seja dado. “Ainda hoje o SNMMP convocou a Antram para uma reunião. Não é suficiente. Uma negociação, para decorrer num ambiente saudável, não pode ser feita numa greve. A negociação pede que se desconconvoque a greve. É esse o desejo de todos os portugueses”, apelou.
“É Intenção do Governo que a greve termine. Foi feito um trabalho entre a Antram e a FECTRANS, agora com o SIMM. Não queremos que ninguém fique isolado”, sublinhou.
No Twitter, o primeiro-ministro António Costa também saudou o SIMM e a ANTRAM, que conseguem devolver "tranquilidade aos portugueses", e apelou ao fim de uma "greve estéril".
SNMMP inflexível
Ainda antes destas declarações de Pedro Nuno Santos, Pedro Pardal Henriques voltou, pela enésima vez, a deixar a garantia: "Não vamos desconvocar a greve". Nesse momento, já parecia provável que o SIMM chegasse a acordo para retomar as negociações com a Antram.
Curiosamente, o porta-voz do SNMMP não desistia do processo da mediação. "O Governo mostra mais uma vez que é um aliado da parte contrária, ou seja, a Antram. O secretário de Estado está equivocado, porque é obrigação do ministério nomear um mediador após requisição de uma das partes, cabe depois à outra aceitar. Ele diz que não é possível a mediação, mas não e isso que a lei diz".