16 ago, 2019 - 17:22
O traficante de armas belga, Jacques Monsieur, ficou esta sexta-feira em prisão preventiva até ser extraditado, decidiu o Tribunal da Relação de Évora, disse à Lusa fonte ligada à investigação.
A mesma fonte adiantou que Monsieur não se opôs à extradição perante o juiz-relator do Tribunal da Relação de Évora e que irá aguardar a conclusão do processo em prisão preventiva.
Jacques Monsieur foi detido na quarta-feira pela Polícia Judiciária na zona de Évora e está indiciado por associação criminosa e tráfico de armas. A detenção ocorreu após troca de informações com as autoridades belgas.
Segundo a polícia belga a detenção do traficante de armas ocorreu após investigações que se prolongaram durante mais de um ano.
Em outubro de 2018, Jacques Monsieur, 66 anos, foi condenado pelo Tribunal de Apelação de Bruxelas a quatro anos de prisão e ao pagamento de um milhão e 200 mil euros por tráfico de armas e participação em organização criminosa, mas não cumpriu a sentença porque se encontrava em parte incerta.
Em 2010, nos Estados Unidos, Jacques Monsieur, já tinha sido condenado a 23 meses de prisão por tentar vender peças de aviões de combate ao Iraque.
Oito anos mais tarde, um tribunal de Bruxelas condenou o traficante de armamento a três meses de prisão por ter vendido lança-foguetes e peças de mísseis ao Irão, Equador, Bósnia e Croácia nos anos 1980 e 1990.
De acordo com os investigadores, a detenção foi possível graças à "paixão do traficante por cavalos" assim como por ter sido detetada uma fatura de 2.500 euros referente ao transporte de nove cavalos de França para Portugal.
A investigação que conduziu as autoridades ao traficante belga começou em Tarascón, França, onde Jacques Monsieur tinha uma propriedade que vendeu no passado mês de março.
De acordo com a cadeia de televisão flamenga VTM, Monsieur esteve envolvido "em todos os conflitos armados" dos últimos 35 anos como traficante de material bélico.