17 ago, 2019 - 19:34 • Lusa
O porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas, Pedro Pardal Henriques, admitiu este sábado recorrer à justiça para "responsabilizar todos aqueles que violaram as leis" na greve.
"Estamos a estudar todas as consequências de tudo aquilo que aconteceu durante o pré-aviso de greve e agora durante a greve e iremos pedir à justiça portuguesa para responsabilizar todos aqueles que violaram as leis", disse Pedro Pardal Henriques.
Em Aveiras de Cima (Lisboa), onde se juntou ao piquete de greve, o porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas disse estar "a estudar todas as ilegalidades" e que pedirá à justiça a responsabilização de "todos aqueles que não cumpriram aquilo que deveriam ter cumprido", evitando nomear concretamente o Estado ou o Governo, que decretou a requisição civil.
Antes, o presidente do mesmo sindicato, Francisco São Bento, disse "aguardar com expectativa" a marcação de uma reunião negocial com a Antram - Associação de Transportadores Rodoviários de Mercadorias na qual "se consigam atingir objetivos que sejam benéficos par todos".
O presidente do sindicato sublinhou a "abertura" demonstrada pela Antram para "aceitar a negociação" e anunciou que a direção do SNMMP tem também este sábado "estado a articular com outros sindicatos e comissões de trabalhadores" as propostas a apresentar na reunião.
"A esperança é sempre a última a morrer e estamos sempre expectantes que se atinja uma solução", acrescentou Francisco São Bento, admitindo que no plenário marcado para domingo, em Aveiras, será discutida, entre outras, a proposta de desconvocar a greve e de os motoristas se recusarem a trabalhar mais de oito horas por dia.
A Antram anunciou este sábado estar disponível para integrar um processo de mediação junto da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Os motoristas de matérias perigosas cumprem hoje o sexto dia de uma greve convocada por tempo indeterminado, depois de ter falhado um acordo mediado pelo Governo numa reunião que durou cerca de 10 horas.
A falta de acordo foi comunicada pelo porta-voz do sindicato de motoristas de matérias perigosas e, posteriormente, confirmada pela Antram e pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
A greve começou na segunda-feira, 12 de agosto, por tempo indeterminado, para reivindicar junto da Antram o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.