21 ago, 2019 - 10:15 • Lusa
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas vai apresentar o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, feriados e fins de semana, disse à Lusa o seu porta-voz Pedro Pardal Henriques.
"O presidente do sindicato, Francisco São Bento, vai anunciar hoje em conferência de imprensa marcada para as 13h00 em Aveiras que vai avançar com um pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, feriados e fins de semana", disse.
Pedro Pardal Henriques indicou que o presidente do sindicato vai dar mais pormenores sobre a decisão na conferência de imprensa.
Este anúncio de pré-aviso de greve surge após uma reunião na terça-feira entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Governo no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, que terminou sem acordo.
O advogado e porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, disse à saída da reunião com o Governo que a Antram [Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias] "não quis evitar uma possível greve por 50 euros".
"A única coisa que pedimos à Antram foi que as horas extraordinárias fossem pagas, porque as pessoas devem receber pelo trabalho que fazem. E pedimos que ficasse estabelecido isto hoje", explicou o porta-voz do SNMMP.
Pedro Pardal Henriques acrescentou que o sindicato pediu ainda "um aumento no subsídio de ADR [de transporte terrestre de mercadorias perigosas], que é um subsídio específico para 800 trabalhadores que manuseiam matérias perigosas".
"A Antram veio dizer que está disponível para negociar, mas que não aceita condição nenhuma", acrescentou.
Na terça-feira, também a Antram esteve reunida no Ministério das Infraestruturas e, no final do encontro, o seu porta-voz, André Matias de Almeida, afirmou que o SNMMP recusou o processo de mediação, apesar de a associação patronal estar disponível para debater "quase tudo".
Assim, a Antram defendeu que a desconvocação da greve "não passou de mais um número" e vincou que "não é possível conversar com quem quer ir para a mesa de negociações com condições impostas".
Na segunda-feira, o Governo aprovou o fim da crise energética, voltando Portugal à situação de normalidade. A greve dos motoristas, que levou o Governo a adotar medidas excecionais para assegurar o abastecimento de combustível, terminou no domingo, ao fim de sete dias de protesto, depois de o SNMMP, que se mantinha isolado na paralisação desde quinta-feira à noite, a ter desconvocado.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias desvinculou-se da greve ao quarto dia, na quinta-feira à noite, e vai regressar às negociações com o patronato em 12 de setembro.